segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

A WIKILEAKS, O BCP, O IRÃO E OS EUA


Segundo informa hoje o diário El País, um dos telegramas interceptados pela WikiLeaks (da embaixada americana em Lisboa para o Departamento de Estado) refere que o presidente do Banco Comercial Português (BCP) terá proposto a entrega de informação bancária confidencial iraniana ao governo americano em troca de uma "autorização" para negociar com o governo de Teerão, sujeito a boicote internacional.


Esta notícia foi desmentida pelo banco português, que apenas confirmou a deslocação do seu presidente ao Irão em viagem de negócios.


O Banco de Portugal, previamente informado da deslocação, afirma que lembrou a Carlos Santos Ferreira, presidente do BCP, a existência de regras internacionais que impõem medidas restritivas contra o Irão.


Por seu lado, o Bloco de Esquerda exige esclarecimentos do Banco de Portugal sobre as possíveis negociações entre Teerão e o BCP e a eventual quebra da confidencialidade bancária o que, face à lei vigente, constitui um crime.


O inexaurível manancial de informação de que a WikiLeaks dispõe é uma verdadeira Caixa de Pandora, donde quotidianamente se aguardam novidades. Não que se ignore que a rede de embaixadas dos diversos países nas capitais estrangeiras é uma espécie de agência de espionagem a funcionar disfarçada entre um whisky e um croquete. Especialmente as dos grandes países. Mas a leviandade com que as embaixadas americanas transmitem a informação mais sensível e também os comentários ridículos que emitem sobre os diversos estadistas, revelam uma infantilidade e ao mesmo tempo uma sobranceria que nada dignifica a actividade diplomática em geral e a americana em particular.

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