terça-feira, 29 de outubro de 2019

SALÓNICA XXXVI - ALGUNS CAFÉS E RESTAURANTES



Café Gazia

Na minha estada em Salónica, faz agora um ano, frequentei alguns cafés e restaurantes de que conservei a imagem. Não foram especialmente escolhidos, já que utilizei os que ficavam no caminho das minhas deambulações pela cidade.

Todavia, não quero deixar de registar esses estabelecimentos, para memória futura.

Idem
Café Miki Vouli
Idem
Café Sosa
Café Stretto
Idem
Restaurante Estrella
Restaurante House of Grandma
Idem
Restaurante Kazaviti
Idem
Idem
Idem
Restaurante do Museu Bizantino
Restaurante Navona
Idem
Idem
Idem
Restaurante Plateia
Idem
Idem
Idem
Idem
Restaurante Tsarouxas
Idem
Restaurante Tselementes
Idem
Idem
Restaurante Zorba
Idem
Idem
Idem

domingo, 27 de outubro de 2019

QUATRO ÚLTIMAS CANÇÕES



Por sugestão da Profª Maria Alzira Seixo li agora Quatro últimas canções, de Vasco Graça Moura.

Conheci o Vasco (que era três anos mais novo do que eu) em finais da década de 50 do século passado, quando ele veio para casa de uns tios em Algés, para estudar na Faculdade de Direito de Lisboa. O filho dos tios era meu amigo e daí passámos a conviver quase diariamente. Nessa altura, o Vasco já escrevia poesia e até criámos uma tertúlia cultural num dos cafés de Algés. Eram outros tempos e Algés tinha uma dúzia de cafés abertos até à meia-noite que eram ponto de reunião e de leitura de estudantes liceais e universitários. Hoje tudo acabou. Como sucede muitas vezes, seguimos trajectórias distintas e o nosso convívio passou a ser muito espaçado, acabando por quase se reduzir a encontros em espectáculos ou sessões culturais. Porém, mantivemos sempre uma relação de amizade até à sua morte.

Tinha adquirido o livro em 1987, quando foi publicado, mas por qualquer razão, certamente devido ao facto de comprar mensalmente dúzias de livros, nas livrarias, alfarrabistas e leilões e encomendados ao estrangeiro e  escasseando por isso  o tempo para ler todos, este ficou repousado na minha biblioteca até ver no FB a entusiástica chamada de atenção de Maria Alzira Seixo, que foi a pessoa que então apresentou a obra.

Lido agora, achei-o interessante mas não deslumbrante. Tendo quase sempre por pano de fundo a Casa de Mateus, a que Vasco esteve ligado, focado nos amores e desamores, no sexo ou ausência dele, na pertinente caracterização das personagens (especialmente do Norte, um pouco à maneira de Agustina Bessa-Luís, mas noutro registo) que povoam a obra, esta tem um leit-motiv musical a que recorre o título, as "Quatro últimas canções", de Richard Strauss, sendo que a Casa de Mateus foi e é um templo de cultura, sobretudo de música.

O livro está recheado de alusões e citações culturais, o que não surpreende ou não fosse Vasco Graça Moura um homem de vasta e diversificada cultura. Para quem o conheceu de perto, ainda que na juventude, o desenrolar da estória ajusta-se perfeitamente ao que ele já pensava das pessoas, dos seus vícios e das suas virtudes. E reflecte também a sua visão de Portugal.

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

A QUESTÃO ESPANHOLA




Há verdadeiramente uma Questão Espanhola, que periodicamente emerge. Os recentes acontecimentos na Catalunha levam a que, mais uma vez, me debruce sobre o tema. Aquando do referendo para a independência, em 2017, escrevi aquiaqui algumas linhas sobre a situação específica daquele território.

Diferentemente de Portugal, que é um estado-nação desde o século XII, a Espanha só surgiu no princípio do século XVI com o rei Carlos I de Habsburg (Carlos Quinto como imperador do Santo Império), depois da aliança matrimonial de Castela e Aragão e da conquista do reino de Granada. E nunca foi uma nação, mas várias. A vida do Estado espanhol não tem sido fácil. Não cabe aqui proceder à história de Espanha, mas convém recordar que por morte de Carlos II de Habsburg o trono foi parar à Casa de Bourbon com Filipe V; que Fernando VII foi destronado por Napoleão que colocou no lugar o seu irmão José (1808); que reposto Fernando VII de Bourbon no trono, sua filha Isabel II foi deposta (1868). A  coroa foi então oferecida a diversos príncipes e finalmente aceite por Amadeu de Saboia (1870), que por sua vez abdicou em 1873, sendo então proclamada a I República. Os Bourbons foram restaurados em 1874, com Afonso XII, mas o filho deste, Afonso XIII teve de renunciar em 1931, sendo proclamada a II República. Aconteceu depois a Guerra Civil (1936-1939) e a Ditadura de Francisco Franco. Os Bourbons foram restaurados pela terceira vez com Juan Carlos, em 1975, sendo agora rei seu filho Filipe VI. Um percurso verdadeiramente atribulado, que não resultou apenas dos caprichos dos espanhóis mas das diversas ideologias professadas e a que não são alheias as várias nacionalidades existentes. A acrescentar a isto, a agitação social vivida especialmente nos últimos dois séculos e o longo período de terrorismo da ETA, a organização armada que lutou pela independência do País Basco e causou centenas de vítimas. Acerca da heterogeneidade da população é sempre oportuno reler As Duas Espanhas, de Fidelino de Figueiredo, que mencionei aqui

As regiões espanholas possuem idiossincrasias próprias: os castelhanos (que se revêem no Império passado) são diferentes dos catalães (com uma língua e uma cultura distintas) ou dos andaluzes (onde se encontram ainda raízes da sua ascendência árabo-berbere). A Espanha é realmente um mosaico de nações, e não custa a acreditar que uma independência da Catalunha suscitasse logo a vontade de independência do País Basco e de outras regiões autónomas (Galiza, Astúrias, etc.). A actual Constituição da Espanha unificada foi uma solução de compromisso, em 1978 a única possível, mas não resolveu o problema, apenas o adiou.

A forma como o Governo de Madrid tem lidado com as recentes reivindicações catalãs não é de molde a conduzir a uma pacificação, e o problema não é também fácil de resolver. A organização de um referendo, em condições normais e apenas na Catalunha, o que a Constituição não autoriza uma vez que determina que seja efectuado em todo o país, permitiria saber com segurança a percentagem dos catalães que desejam realmente a independência. Mas verificando-se uma vontade expressa relativamente à secessão outras questões surgiriam. A saída da Catalunha do Estado Espanhol implicaria também a saída da União Europeia, o abandono do euro, o estabelecimento de fronteiras com todas as suas consequências e grandes modificações no plano económico. Por outro lado, os defensores da Catalunha histórica pretendem integrar eventualmente no novo Estado não só Valência e as Baleares mas inclusive o Rossilhão, hoje território francês. Além do que desejam um regime republicano e não monárquico, o que inviabiliza a constituição de uma federação ou confederação chefiada por um rei.

A provável independência da Escócia, se o Reino Unido abandonar realmente a União Europeia, é de muito mais fácil resolução. A Coroa britânica aceita o referendo só na Escócia (já houve um que falhou por uns 5% , 2014), os escoceses não usam o euro e é possível que pretendam manter o regime monárquico como o Canadá e a Austrália aceitam por enquanto.

Mesmo durante os períodos pacíficos, existiu sempre um clima de conflito latente entre algumas regiões de Espanha, como ensina a História pretérita, antes e depois da unificação. No caso vertente interessa-nos o depois. Um período de maior sossego aconteceu após a Guerra Civil, que deixou muitas feridas. Para tal, contribuiu também a repressão franquista (a ETA foi uma excepção no sossego) e mais tarde o ingresso na União Europeia. Apesar disso, houve em 1981 uma tentativa militar de golpe de Estado, que fracassou.

Além das tradições, das línguas, dos costumes, concorrem para os desejos de autonomia e independência as assimetrias económicas, as ideologias prevalecentes, a influência religiosa e outros factores não negligenciáveis.

As manifestações na Catalunha têm sido geralmente pacíficas, devendo-se os actos de violência registados a alguns agitadores vindos não se sabe donde. Mas até quando durará este clima?

Ignoro, naturalmente, como tenciona o Governo Espanhol resolver a crise. Ou as crises, se outras se sucederem. Algumas soluções poderão depender da conjuntura europeia e internacional. A União Europeia é contra a secessão mas apoiou a desintegração da Jugoslávia. A coerência europeia nunca foi forte. A partição da Checoslováquia não suscitou reparos e foi tranquilíssima. A anexação da Crimeia motivou apenas leves protestos, e não poderia ser de outra forma. O Brexit, a consumar-se nos moldes previstos, poderá levar à reunificação da Irlanda.

Em qualquer caso, uma desintegração da Espanha terá consequências negativas para Portugal, como facilmente se compreenderá. Aguardemos então o desenrolar da situação.

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

PORTUGAL CONTEMPORÂNEO



Autor de vasta e diversificada obra, Joaquim Pedro de Oliveira Martins (1845-1894), que escreveu sobre história, política, economia, antropologia, etc., é uma das figuras destacadas da Geração de 70.

Verdadeiramente um autodidacta, nota-se nos seus livros a ausência de uma formação cultural sustentada, mas nem por isso eles deixem de se revestir de particular interesse.

Em Oliveira Martins, o homem e a obra suscitaram sempre controvérsia. Defendeu a república e a monarquia, foi liberal e antiliberal, nacionalista e iberista, por vezes socialista, e chegou a preconizar a ditadura.

Relendo Portugal Contemporâneo (1881), encontramos um fresco da vida política nacional desde a morte de D. João VI (1826) até ao reinado de D. Luís. A  descrição nem sempre é sistematizada, apresenta imprecisões e lapsos, mas constitui um retrato do século XIX português.

É evidente para quem se debruce pela primeira vez sobre esta época que a obra surge demasiado confusa, desigual na abordagem dos temas, por vezes desnecessariamente minuciosa, tremendamente subjectiva, já que Oliveira Martins não só descreve os factos como se permite tecer todas as considerações de ordem pessoal sobre os mesmos e sobre as personagens que os protagonizaram. 

Pelos nossos olhos perpassam Constituições e Cartas Constitucionais, pronunciamentos e revoluções, o peso da intromissão inglesa (como habitualmente) na vida nacional por influências propriamente políticas,  pessoais e mesmo familiares (a correspondência entre D. Maria II  e a rainha Vitória, entre D. Pedro V e o príncipe consorte Alberto de Saxe-Coburgo confirmam-no).

E assistimos ao desfile dos duques (Palmela, Saldanha, Terceira, Loulé, Ávila), do marquês de Sá da Bandeira, do conde do Lavradio, dos manos Cabrais, de Passos Manuel, de Fontes Pereira de Melo, Rodrigo da Fonseca Magalhães, Rodrigues Sampaio, José Estêvão, Mouzinho da Silveira, António Augusto de Aguiar, etc., etc. Nomes que, aliás, servem, em Lisboa, a toponímia das avenidas novas. E também de Herculano, Garrett, Camilo. Além, é claro, de D. Pedro IV, D. Miguel I, da infanta D. Isabel Maria, de D. Maria II, D. Fernando II, D. Pedro V.

Contra esta classe politica se manifesta Oliveira Martins, com o seu pessimismo (ou realismo) habitual. Segundo ele, Palmela é um hipócrita ambicioso, Loulé um indolente e indeciso, e por aí fora! Mas o pessimismo não é seu apanágio exclusivo. A pp. 280 do II volume, refere a conhecida frase de Rodrigo da Fonseca moribundo: «Nascer entre brutos, viver entre brutos e morrer entre brutos, é triste!». 

O próprio Oliveira Martins foi um efémero ministro da Fazenda em 1892 e não parece que tenha sobressaído do nível geral dos seus contemporâneos. Todavia, nem todos os políticos da época foram sistematicamente maus, como se infere da visão puritana, quimérica e misantrópica de D. Pedro V, que o autor em larga medida perfilha. Deve-se a Fontes, o homem da Regeneração, a construção de importantes infra-estruturas, entre as quais o caminho-de-ferro. Costa Cabral, depois marquês de Tomar, tomou medidas louváveis, como, por exemplo, a controversa lei da criação de cemitérios e impedimento de sepulturas nas igrejas, que desencadeou a revolução da Maria da Fonte. E muitos dos políticos que foram militares distinguiram-se pelos seus actos de bravura.

Guardadas as devidas distâncias, a nossa III República não é muito diferente da descrita pelo autor na satisfação dos interesses pessoais dos seus próceres. Certamente, não há revoluções consecutivas (exclua-se o PREC) nem governos de curtíssima duração, União Europeia oblige. Mas o povo português não mudou muito. A agitação da Monarquia Constitucional prolongou-se na I República e só durante o Estado Novo, sob o regime autoritário de Oliveira Salazar, regressou a paz aos espíritos, uma paz sustentada à custa de medidas excepcionais mas que foi recebida com alívio pela maior parte da população. Contudo, um regime que por teimosia ou falta de visão não foi capaz de evoluir, sucumbindo aos ventos da História, e cujo maior erro foi não ter encontrado a tempo uma solução para o problema colonial, quando já a Bélgica, a França e a Inglaterra se tinham retirado de África, para não falar da Espanha, da Alemanha e da Itália.

Concluindo, deixo uma sugestão. Quem pretender adquirir um conhecimento razoável do período em causa, antes de ler esta obra de Oliveira Martins leia um livro de história da época, resumido e cronologicamente bem ordenado, para poder depois apreender devidamente tudo o mais que este autor desenvolve no Portugal Contemporâneo.

sábado, 19 de outubro de 2019

SALÓNICA XXXV - ALGUMAS ESTÁTUAS

Continuando a relembrar a minha digressão por Salónica, faz agora um ano, fixei a imagem de algumas estátuas:

Alexandre Magno
Idem
Idem
Aristóteles
Bispo Crisóstomo de Esmirna
Idem
Caramanlis
Filipe II
Rainha Olga
Venizelos
Menino junto às ruínas do Palácio de Galério
Há muitas outras estátuas na cidade. Fotografei apenas as que me ficavam em caminho.

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

O SEGREDO DE D. PEDRO V



Estando a arrumar alguns livros, encontrei deslocado da secção respectiva O Segredo de Dom Pedro V, de Júlio de Sousa e Costa. Comprara-o há muitos anos mas nunca o tinha lido. Fi-lo agora.

Júlio de Sousa e Costa, nascido em 1877, foi funcionário público, jornalista e autor de diversas obras sobre matéria histórica e literária e nomeadamente de um livro com muito êxito sobre a Severa. Não é propriamente um historiador mas o volume em apreço não deixa de revelar algum interesse dado o facto de Sousa e Costa ter ainda privado com pessoas contemporâneas do falecido monarca.

O título foi provavelmente escolhido como chamariz, já que o "segredo" ocupa apenas um dos vinte e quatro capítulos do livro sem ficar devidamente esclarecido. Mas o assunto paira ao longo de toda a obra que é, na verdade, uma história resumida de alguns aspectos do reinado de D. Pedro V.

Escrito de uma forma "impressionística", mas não deixando de mencionar as fontes, o livro debruça-se sobre a figura do rei, simultaneamente afável e severo, carinhoso mas brusco, imprevisível nas suas decisões, infeliz durante toda a curta vida. A obra é baseada em notas do general Cláudio de Chaby, padrinho e amigo de Sousa e Costa e próximo da Casa Real, e pretende "carrear algumas achegas para a história completa da excelente pessoa». Regista também alguma petite histoire do tempo, além de recorrer aos trabalhos sobre D. Pedro V, do conselheiro Júlio de Vilhena, e da correspondência da rainha D. Estefânia.

Sobre a vida íntima do rei, escreve o autor que algo de muito concreto se poderia saber se fossem publicados os apontamentos do 8º Conde da Ponte, João de Saldanha da Gama Melo Torres Guedes de Brito (1816-1874), que foi ajudante de campo do monarca e seu amigo sincero. Existirão ainda esses documentos ou terão sido destruídos?

O chamado segredo de D. Pedro V (1837-1861), rei em 1855, não constitui hoje exactamente um segredo, como de resto já não constituía verdadeiramente à época.  D. Pedro V era ou homossexual, ou impotente, ou ambas as coisas. Não apreciava as mulheres e teve a maior relutância em aceitar casar-se, tendo-o feito devido à exigência da sua posição. A escolhida, por influência da rainha Vitória (a casamenteira real da época), foi a princesa Estefânia de Hohenzollern-Sigmaringen (1837-1859), uma excelente opção, prematuramente morta. Depois de viúvo, D. Pedro V, que aliás não lhe sobreviveu muito tempo, recusou terminantemente um segundo casamento. Aliás, o casamento com D. Estefânia não foi consumado. Tendo esta falecido de difteria, a autópsia revelou o hímen intacto. Na altura, os médicos, compreensivelmente, não divulgaram o facto, mas em 1909, na revista "Medicina Contemporânea", o prof. Ricardo Jorge revelou que a rainha havia morrido virgem. Aquando do funeral, já o prof. Bernardino Gomes, um dos médicos autopsiantes, dissera à Duquesa da Terceira, camareira-mor, para substituir na cabeça da defunta o diadema por uma capela de flores de laranjeira.

Sendo uma história do reinado, contém o livro outras informações interessantes e porventura desconhecidas da história oficial, mas o motivo deste post foi apenas o título do livro, ficando para outra ocasião qualquer matéria que justifique voltar ao assunto.

SÃO SÉRGIO E SÃO BACO



Saints Sergius and Bacchus were third-century Roman soldiers, Christian martyrs and men who loved each other. Their story is told here in words and images for their feast day on Oct. 7.

The close bond between Sergius and Bacchus has been emphasized since the earliest accounts, and recent scholarship has revealed their homosexuality. The oldest record of their martyrdom describes them as erastai (Greek for “lovers”). Scholars believe that they may have been united in the rite of adelphopoiesis (brother-making), a kind of early Christian same-sex marriage.

From ancient times until today these “gay saints” have inspired some of the most beautiful art depicting the holiness of same-sex couples, sometimes in a homoerotic way. A classic example of paired saints, Sergius and Bacchus were high-ranking young officers in the Roman army. Sergius was primicerius (commander) and Bacchus was secundarius (subaltern officer). They were tortured to death around 303 in present-day Syria after they refused to attend sacrifices to Zeus, thus revealing their secret Christianity.

Saints Sergius and Bacchus. 7th Century icon from St. Catherine’s Monastery on Mt. Sinai in Israel. Now in an art museum in Kiev, Ukraine. (Wikimedia Commons)

The men were arrested and paraded through the streets in women’s clothing in an unsuccessful effort to humiliate them. This punishment apparently confirms that they defied sex roles by being lovers.  Early accounts say that they responded by chanting that they were dressed as brides of Christ. They told their captors that women’s dress never stopped women from worshiping Christ, so it wouldn’t stop them, either. Then Sergius and Bacchus were separated and beaten so severely that Bacchus died.

According to the early manuscripts, Bacchus appeared to Sergius that night with a face as radiant as an angel’s, dressed once again as a soldier. He urged Sergius not to give up because they would be reunited in heaven as lovers. His statement is unique in the history of martyrs. Usually the promised reward is union with God, not with a lover.

Gay Christian author Chris Glaser describes the vision in his book  “As My Own Soul: The Blessing of Same-Gender Marriage”:
“Tortured, Bacchus died but appeared to Serge in a vision in prison. Radiant, Bacchus told Serge they were “bound together” forever and would be reunited, and that “your crown of justice is me, my crown of justice is you.”  (Crowning was a part of opposite-gender ceremonies of the time.)”
Over the next days Sergius was tortured and eventually beheaded.  Sergius’ tomb became a famous shrine, and for nearly 1,000 years the couple was revered as the official patrons of the Byzantine army. Many early churches were named after Sergius, sometimes with Bacchus. They have been recognized as martyrs by the Catholic, Eastern Orthodox and Oriental Orthodox churches. The pair was venerated through the Mediterranean, the Middle East, Latin America and among the Slavs.

Yale history professor John Boswell names Sergius and Bacchus as one of the three primary pairs of same-sex lovers in the early church in his book “Same Sex Unions in Pre-Modern Europe”. (The others are Polyeuct and Nearchus and Felicity and Perpetua.)

The Roman Catholic Church stripped Sergius and Bacchus from its liturgical calendar in 1969 — the same year that New York’s Stonewall riots launched the modern gay liberation movement. 

Supposedly they were downgraded due to lack of historical evidence, but some see it as an anti-gay action since they clearly had churches dedicated to them long before medieval times. Sergius and Bacchus continue to be popular saints with Christian Arabs and now among LGBTQ Christians and allies.

Sergius and Bacchus are celebrated in art

In a striking 2013 painting at the top of this post, Alessio Ciani of Italy shows young Sergius and Bacchus embracing in their red-and-white military uniforms. He has done a wide variety of LGBT illustrations and gay homoerotic art. His work has been exhibited in Milan and Perugia.

Sergius and Bacchus photo by Scott Sella

“Saints Sergius and Bacchus” by Robert Lentz is part of Scott Sella’s sacred art collection in Akron, Ohio. Photo by Scott Sella.

“Saints Sergius and Bacchus” by Robert Lentz is probably the best-known icon of the pair in the LGBTQ community. It was painted by Brother Robert Lentz, a Franciscan friar and world-class iconographer known for his innovative icons. The icon of the loving pair was commissioned by the Living Circle, an interfaith LGBTQ spirituality center founded by Dennis O’Neill. It was first displayed in June 1994 when they carried it in Chicago’s Gay Pride Parade for the first time.



Prints of “Saints Sergius and Bacchus” are available through Amazon and Trinity Stores.

“Saints Sergius and Bacchus” is one of 10 Lentz icons that sparked major controversy since 2005. Critics accused Lentz of glorifying sin and creating propaganda for a progressive sociopolitical agenda. They caused such a stir that in order to keep the peace between his Franciscan province and the Archbishop of Santa Fe, New Mexico, Lentz temporarily gave away the copyright for the 10 controversial images to his distributor, Trinity Stores. Lentz’ own moving spiritual journey and some of his icons are included in the book Art That Dares: Gay Jesus, Woman Christ, and More by Kittredge Cherry.

“Saint Sergius and Saint Bacchus” from Cristianas y Cristianos de Madrid LGTB+H (CRISMHOM)
One of the newest icons of Sergius and Bacchus was painted by a member of the Cristianas y Cristianos de Madrid LGTB+H (CRISMHOM), an LGBTQ Christian community in Madrid, Spain. The artist is serving as a missionary in Mozambique. He portrays Christ inside a rainbow medallion uniting Sergius and Bacchus as they join hands and gaze into each other’s eyes. Sacred flames burn in their hearts.

“Sts. Sergius and Bacchus” by Plamen Petrov, St. Martha Church, Morton Grove, IL

Another new image of third-century gay saints Sergius and Bacchus is a stained glass window donated in 2011 to an Illinois church by its LGBT parishioners. The new Sergius and Bacchus window (above) was dedicated in September 2011 at St. Martha’s Church in Morton Grove, Illinois, as a gift from its LGBT members. Rev. Dennis O’Neill, pastor, believes it is the first window dedicated to Sergius and Bacchus in any church in the United States. O’Neill is the author of Passionate Holiness: Marginalized Christian Devotions for Distinctive People. The book includes a chapter retelling the love story of Sergius and Bacchus with historical detail.

The Sergius and Bacchus window is part of a project in which members of St. Martha’s diverse congregation were selecting and paying for a set of 20 windows of saints from their various homelands. LGBT members contributed the “friendship window” depicting Sergius and Bacchus. It is a companion to the “marriage window” which shows St. Elizabeth of Hungary and her husband, Blessed Ludwig of Thuringia.

Artist Plamen Petrov worked with Daprato Rigali Studios to design and create the stained glass windows. He was born in Sevlievo, Bulgaria in 1966 and currently lives in Chicago. He graduated from University St. Cyril and St Methodius University of Veliko Tarnovo, Bulgaria’s Faculty of Fine Art in 1995, with an M.F.A. in graphic art – printmaking and pedagogy of figurative arts. For more than a dozen years he specialized mostly in stained glass, but his creativity takes many forms, since he also works in mosaics, murals, oil, acrylic, photography and graphic design. His artwork may be seen across Chicago and Illinois, and in many countries all over the world.

“Baccus and Sergius” by Brandon Buehring

Massachusetts artist Brandon Buehring included Sergius and Bacchus in his “Legendary Love: A Queer History Project.” He uses pencil sketches and essays “to remind queer people and our allies of our sacred birthright as healers, educators, truth-tellers, spiritual leaders, warriors and artists.” The project features 20 sketches of queer historical and mythological figures from many cultures around the world. He has a M.Ed. degree in counseling with an LGBT emphasis from North Carolina State University in Raleigh. He works in higher education administration as well as being a freelance illustrator based in Northampton, Massachusetts.

The painting below is by California gay artist Rick Herold. “I over the years as a painter have been interested in the idea of the spirit and the flesh as one — began by Tantric art influences and then using my Catholic background,” he told the Jesus in Love Blog. He paints with enamel on the reverse side of clear plexiglas.

“Saints Sergius and Bacchus” by Rick Herold (details below)

Herold has a bachelor of arts degree in art and theology from the Benedictine Monastic University of St. John in Minnesota and a master of fine arts degree from Otis Institute of Art in Los Angeles. His religious artwork included a Stations of the Cross commissioned by Bob Hope for a church in Ohio before a conflict over modern art with the Los Angeles cardinal led to disillusionment with the church. Herold came out as gay and turned to painting male nudes.

“St. Bacchus and St. Sergius: Patrons of Same-Sex Couples by Maria Cristina

A banner saying “patrons of same sex couples” hangs above Bacchus and Sergius in a colorful icon by Maria Cristina, an artist based in Las Cruces, New Mexico.

“Saints Sergius and Bacchus” by Ray Avito

On the day that California artist Ray Avito first heard the story of Sergius and Bacchus, he sketched a delightfully unpretentious portrait of the pair (pictured above). He said it was based on “the suspicion that they may have been more than just comrades in arms.”

“Marriage of Saint Sergius and Saint Bacchus” (2013) by Tony de Carlo
“Saint Sergius and Saint Bacchus” by Tony de Carlo

Sergius and Bacchus are among the many saints painted by Georgia artist Tony de Carlo. Raised Catholic, he started painting saints to counteract the church’s demonization of LGBT people. For more info, see my article Tony De Carlo: Artist affirms gay love with saints, Adam and Steve, and marriage equality paintings.

“Saints Sergius and Bacchus” by Ryan Grant Long

Historical men who loved men, including Sergius and Bacchus, are painted by American artist Ryan Grant Long in his “Fairy Tales” series. Sergius and Bacchus are usually portrayed as static icons, side by side staring straight at the viewer. But Long catches them gazing into each other’s eyes during a private moment in their prison cell. For more info, see my article Artist paints history’s gay couples: Interview with Ryan Grant Long.

“Bacchus” and “Sergius” from the series “Five Saints” (2008) by Anthony Gayton. © Anthony Gayton / www.anthonygayton.com

Noted British photographer Anthony Gayton does stylized homoerotic photos based on the history of gay culture. He shows Sergius and Bacchus stripped and bound as prisoners in two separate photos. The images are intended to be shown together, but by design they can also be separated.

Appropriate Bible quotes are on banners above them. For Bacchus: “But I will not take my love from him, nor will I ever betray my faithfulness.” (Psalm 89:33). For Sergius: “All thy commandments are faithful, they persecute me wrongly; help thou me.” (Psalm 119: 86)

His Sergius and Bacchus photos belong to the series “Five Saints.” In addition to exploring saints, Gayton’s work uses historical themes inspired by such diverse sources as mythology, Renaissance and Baroque painting and early photography. Gayton’s work is published in his book Sinners and Saints.

A 20th-century icon of Saints Sergius and Bacchus appears in the courtyard of the Monastery of Mar Sarkis and Bakhos in Maaloula, Syria. (Wikimedia Commons)
 
Early Christian saints Sergius and Bacchus appear as “patrons of homosexuality” on handsome handmade cufflinks from artist Shoushan of Artisan Courtyard. Saints Sergius and Bacchus pendants are available as cufflinks, pendants, lockets and bracelets through her My Altar shop. The same icon is also available on shirts at Shoushan’s Etsy shop.

Sergius and Bacchus religious medals show the couple together with the words, “Pray for us.”

Sergius and Bacchus are celebrated in literature, dance and music

Their same-sex love story is set amid dramatic events of the Roman Empire events in the 2014 novel “The Passion of Sergius and Bacchus” by David Reddish. The explosive gay romance of the soldier-saints unfolds during the Roman Empire in the 2014 novel “The Passion of Sergius and Bacchus” by  David Reddish. Sergius and Bacchus meet, fall in love, have a commitment ceremony, and face deadly threats in a novel based on historical and archeological discoveries. It dramatizes the final gasp of paganism, the politics of newborn Christianity, and the re-discovered rites of same-sex unions performed by the early church. From the forests of Gaul to the streets of Constantinople, from the secret Christian hideaways of the deaconess Macrina to the palace of the emperor, the novel provides adventure and romance while examining questions of sexuality, faith, sacrifice, patriotism and the nature of God. It was a finalist for the Lambda Literary Award in the gay romance category.
A screenwriter as well as a novelist, Reddish has won awards for his political activism as well as pop culture acclaim for his fashion design work. He graduated with a degree in film from the University of Central Florida and resides in Los Angeles.

The relationship of Sergius and Bacchus was reimagined in dance by Elastic Theatre in 2009 and is available on video. The description states, “Some have come to believe that they were lovers, and their ambiguous relationship has raised fascinating and inevitably controversial issues of gender and sexuality in early Christianity. With an original vocal score devised collaboratively by the company and choreography by Lola Maury, the piece premiered at the Arcola Theatre in July 2009 and was subsequently presented as part of the Borderline Opera season at London Metropolitan University.”
One of the many traditional hymns to Saints Sergius and Bacchus includes this verse:
How good, or how pleasent is the brotherly knowledge of Your Martyrs, O God.
For they did not know natural brothers in the flesh,
but for the faith were considered brothers who struggled until death.
Through their prayers, O God, have mercy on us.
Two new hymns to Sergius and Bacchus was written by George Staelens, the blogger at “Blogue de Georges.”  The hymns can be heard in performance at this link from the Old-Catholic chapel of Saint Servais. Here is one stanza, which can be sung to many tunes such as “Old 100th.”
Stronger than death, the love has won ;
Sergius and Bacchus are but one ;
After their passion, they’re in heav’n ;
Together they shall rise again.

Links related to Sergius and Bacchus

 “La Adelphopoiesis de San Sergio y San Baco” (“The Same-Sex Union of Sergius and Bacchus”) by Alfredo Müller Suárez Arana of Bolivia (Warning: male nudity)

Remains of ‘1,700-year-old gay couple’ found in Iran (talkradio.co.uk)

Many icons, statues, and churches dedicated to Sergius and Bacchus can be viewed at: http://andrejkoymasky.com/liv/mar/mar01.html
The Passion of SS. Serge and Bacchus (translated from original Greek by John Boswell
Honoring (and Learning from) the Passion of Saints Sergius and Bacchus — at The Wild Reed
St. Sergius and St. Bacchus at the Legacy Project
To read this article in Spanish (en español), go to:
Santos Sergio y Baco: Una pareja masculina martirizada en la antigua Roma (Santos Queer)
To read this article in Italian, to to:
La storia di Sergio e Bacco continua ad ispirare gli artisti contemporanei (Gionata.org)
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Top image credit:
“Sergius and Bacchus” by Alessio Ciani
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This post is part of the LGBTQ Saints series by Kittredge Cherry. Traditional and alternative saints, people in the Bible, LGBTQ martyrs, authors, theologians, religious leaders, artists, deities and other figures of special interest to lesbian, gay, bisexual and transgender and queer (LGBTQ) people and our allies are covered.Copyright © Kittredge Cherry. All rights reserved.
Qspirit.net presents the Jesus in Love Blog on LGBTQ spirituality.

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O Mosteiro de São Sérgio e São Baco (Deir Mar Sarkis wa Mar Bakhos), em Ma'alula, próximo de Damasco, erigido em memória dos dois oficiais do exército romano reconhecidos como santos pelas Igrejas cristãs, e que foram martirizados na Síria, no sécuo IV.






 Fotografia que tirei em 29 de Setembro de 2005, numa das minhas viagens à Síria.