Alexei Tikhomirov, em Mefistófeles, cantando "Le Veau d'Or", do Faust, de Gounod
Após meses de guerras, atentados, actos terroristas, perseguições religiosas, terramotos, calores e frios jamais sentidos em terras normalmente amenas (com o subsequente cortejo de incêndios, chuvas, inundações, neves, furacões e calamidades similares), crises profundas dos sistemas económico e financeiro (devidas à acção criminosa da especulação internacional), tráfico de pessoas, de órgãos humanos, de droga e de armamento, negação dos direitos humanos, pobreza quando não miséria atroz, doença, assassinatos selectivos, terrorismo de Estado, desprezo pelos mais fracos e subserviência perante os mais fortes, após todo este infindável cortejo de horrores, o ano de 2010 despede-se (segundo o calendário ocidental) das suas vítimas.
Crentes e incréus, manifestam o seu espanto face às desgraças que, num tempo que se pretendia e suporia de paz e de fraternidade, o mundo mais se assemelha a um palco infernal onde desfilam ininterruptamente personagens sinistras. Os incréus protestarão uma vez mais contra a maldade dos homens e das instituições que os integram; os crentes, esses não poderão deixar de pensar que é Satan quem continua a conduzir o baile!
3 comentários:
BRAVO! BRAVO! Nada mais apropriado para encerrar este ano fatídico.
Votos para que o próximo ano não traga tantos alvos para o radar de agudo pessimismo do ilustre autor...
Um post "exemplar" ao cair o pano sobre 2010. Se Deus não nos trouxer a Salvação, ao menos que Mefistófeles nos proporcione os prazeres terrenos (os que ainda restam).
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