sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

UM MANIFESTO


A exemplo do que se está a verificar em vários países da Europa, um grupo de cidadãos portugueses lançou um Manifesto de solidariedade com o povo grego.

Segue o texto e os subscritores:

Todos os dias nos chegam imagens e notícias da Grécia e do povo grego em luta contra o cortejo de sacrifícios que lhe tem sido imposto. É clara, naquele país, a crescente fractura entre os cidadãos e o poder político, em torno da invocada necessidade de cada vez maiores sacrifícios para que a dívida seja paga e o défice orçamental reduzido. Acentuam-se a tensão e a violência, tornando ainda mais difícil o diálogo indispensável à procura de soluções mais justas e partilhadas para a situação existente.
Avolumam-se o isolamento e a discriminação da Grécia, fortemente acentuados pelo discurso dominante dos principais dirigentes europeus e da comunicação social.
A preocupação doméstica em sublinhar que “não somos a Grécia” é, no mínimo, chocante no seio da União Europeia, onde mais se esperaria compreensão e solidariedade e, sobretudo, desajustada quando se sabe que a crise não é só grega mas europeia.
Face à agudização das tensões políticas e sociais na Grécia, os signatários apelam à solidariedade com o povo grego e à criação de condições que permitam respostas democráticas e consistentes de uma Europa solidária aos problemas sociais e aos direitos das pessoas.

(assinaturas:)
Mário Soares
Mário Ruivo
Alfredo Caldeira
Ana Gomes
Ana Lúcia Amaral
Anselmo Borges
António de Almeida Santos
António Reis
Boaventura Sousa Santos
Diana Andringa
Eduardo Lourenço
Isabel Allegro
Isabel Moreira
D. Januário Torgal Ferreira
José Barata Moura
José Castro Caldas
José Manuel Pureza
José Manuel Tengarrinha
José Mattoso
José Medeiros Ferreira
José Reis
José Soeiro
Manuel Carvalho da Silva
Maria de Jesus Barroso Soares
Maria Eduarda Gonçalves
Paula Gil
Pedro Delgado Alves
Rui Tavares
Sandra Monteiro
Simonetta Luz Afonso
Vasco Lourenço
Vítor Ramalho

Um grupo de estudantes gregos que se encontram em Lisboa promove, dia 20, segunda-feira, às 18 horas, no Largo de São Domingos,  uma manifestação contra o isolamento e a discriminação da Grécia.

6 comentários:

Anónimo disse...

Mas que fizeram os gregos para se
encontrarem nesta situação?
Seria bom averiguar e concluir como durante decadas gastaram o dinheiro q a comunidade europeia deu.
Lamento apenas q o berço da civilização ocidental tenha chegado
a este estado.
Nada mais a dizer.

Anónimo disse...

Onde é que eu posso não assinar esta bosta?

Passaroco disse...

Há algo de pornográfico nisto...
Por maior e mais monumental que seja a dimensão histórica e cultural da Grécia, se calhar não confundível com a Grécia-país. E por mais solidariedade e compaixão que nos mereçam tanto sofrimento. Lamento encontrar aqui algumas personalidades tão distintas e não partidarizáveis.

Anónimo disse...

Pelos comentários anteriores, resta apenas lembrar o velho aforismo popular: "Diz-me com quem andas, dir-te-ei que és" Ah, já me esquecia de perguntar: o que fizeram os portugueses, para se encontrarem na situação em que estão?
Marquis

Anónimo disse...

para o sr.Marquis, tenho a dizer
que deve saber até melhor do que eu
que sempre ao longo da nossa historia, sempre vivemos acima das
nossas possibildades. complexo de
inferioridade ou superioridade?
Talvez com a sua erudição de possa
esclarecer.

Anónimo disse...

Caríssimo Anónimo das 15:45 tentarei, com muito gosto, esclarecê-lo sobre as minhas palavras. Referia-me naturalmente a todas as expectativas, sonhos, promessas, e muitíssimos mais atractivos, que nos foram prometidos, a nós, aos gregos, aos espanhóis, aos italianos, aos irlandeses e, por aqui me fico, pois a lista já vai longa. É natural que os povos em questão, aspirem a uma melhor qualidade de vida, pois além do atrás descrito, foram sujeitos, como decerto não ignorará, à maior pressão de que há memória, por parte das instituições bancárias e não só, para recorrerem ao crédito. Baseados nisso e, sem as devidas cautelas, entraram por um caminho muito perigoso e sem retorno. Pergunto: Foram essas populações as únicas culpadas, os únicos a quem se devem agora, não apenas assacar as culpas, mas ainda por cima terem de pagar com língua de palmo a sua falta de prudência? E a quem lhes metias pela casa dentro, sem pedir licença, toda a parafernália de cartões de crédito e afins, nada acontece e passam, como sempre, quais sanguessugas incólumes por esta tragédia sem nome? Pior ainda, tratam de nos reduzir à própria escravatura.
Admito não ter sido muito claro nas minhas palavras e, não deixo de concordar consigo, em que ao longo dos anos tenhamos sido imprudentes e vivido acima das nossas possibilidades. Para isso, existem razões históricas já muito estudadas pelos especialistas. Agora o que se está a passar, está muito para além disso tudo, a anos luz. É tudo! Ficarei feliz se tiver contribuído para esclarecer as minhas palavras.
Marquis