Nike (Vitória), de Paionios,séc. V AC |
Esta madrugada, o Museu de Olympia, na Grécia, foi atacado por dois homens encapuçados e armados de kalachnikovs, que imobilizaram o guarda e desligaram o sistema de alarme. Procuravam objectos de ouro, que, ao que parece, não lograram encontrar, tendo roubado estatuetas de bronze, várias peças de cerâmica e um anel de ouro, pertencentes às colecções da História dos Jogos Olímpicos da Antiguidade, num total que se presume de cerca de 70 objectos.
Hermes, de Praxíteles, séc. IV AC |
Olímpia, cidade onde se realizavam os famosos Jogos Olímpicos na Antiga Grécia, é uma das mais emblemáticas cidades da civilização helénica e um local arqueológico de inestimável valor. No seu Museu (bem como no Museu Arqueológico de Atenas e no Museu de Delfos), encontram-se algumas das mais célebres preciosidades da Antiguidade Clássica, entre as quais o Hermes, de Praxíteles, uma das mais admiráveis estátuas de todos os tempos.
Em consequência deste funesto evento o ministro da Cultura grego, Pavlos Geroulanos, apresentou a demissão. A polícia montou uma operação especial para tentar apanhar os dois ladrões e tentar recuperar os objectos roubados. Já em Janeiro, foram roubados dois quadros de grande valor do Museu Nacional de Atenas, um de Picasso e outro de Mondrian. A situação económica e financeira da Grécia cria um ambiente propício a actos desta natureza, até porque a segurança, devido às restrições orçamentais, se encontra diminuída. Em Maio do ano passado, no Museu Arqueológico de Atenas, perguntando a uma vigilante a razão porque se encontravam fechadas várias salas, algumas contendo importantes obras, foi-me respondido que a razão era a falta de pessoal. Acrescentou a senhora em questão que já não recebia o seu salário há oito meses.
Algumas das obras que constituem o acervo dos museus gregos não são roubáveis, dado o seu grande porte, como as estátuas monumentais de deuses e sábios; outras, se roubadas, dificilmente poderão ser transaccionadas no mercado, dado serem peças conhecidas em todo o mundo. Mas há sempre algum coleccionador multimilionário que gostaria de possuir uma obra rara, nem que fosse para a manter num cofre forte.
1 comentário:
Só pelo Hermes de Praxíteles, Olympia merece a nossa veneração. Para lá de se dever salvar o povo grego, importa salvar igualmente o património cultural grego que é também o património cultural europeu e universal.
Se a senhora Merkel ainda não percebeu isso é porque é burra.
Se os alemães não compreendem que devem controlar o dinheiro emprestado sem humilhar uma nação e sem reduzir á miséria um povo, então melhor será que vão todos para o inferno, onde aliás alguns já deviam estar.
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