sábado, 18 de fevereiro de 2012

NAVIOS IRANIANOS NO MEDITERRÂNEO


Navios de guerra iranianos entraram hoje no Mediterrâneo, depois de atravessarem o Canal de Suez, informou o almirante Habibullah Sayyari, comandante da Marinha iraniana, não tendo indicado nem o número nem o tipo de unidades que integram esta operação, a primeira deslocação de navios da armada iraniana para o Mediterrâneo desde a Revolução de 1979.

A única mensagem de Sayyari foi que a frota leva uma mensagem de paz e amizade aos países da região.

A causa próxima desta expedição pode encontra-se no agravamento da situação na Síria, um país aliado de Teerão, e que foi visitado nos últimos dias pelo ministro russo dos Negócios Estrangeiros e pelo vice-ministro chinês da mesma pasta.

Os Estados Unidos e Israel, bem como a França e o Reino Unido têm demonstrado um progressivo apoio aos opositores do regime de Bachar Al-Assad, e mesmo depois do veto sino-russo no Conselho de Segurança a uma Resolução ocidental condenando a Síria, encorajaram a aprovação de uma resolução idêntica na Assembleia Geral das Nações Unidas, embora esta sem quaisquer efeitos práticos, constituindo embora um suporte moral aos revoltosos.

Deverá acrescentar-se que o clima de degradação na Síria se tem agravado nos últimos dias, devido à subida exponencial do  número de mortos, na medida em que todas as famílias que perderam um ente nos confrontos se empenharão em vingar a sua morte. Creio que o governo sírio não geriu devidamente a situação, aquando do início da insurreição no país, quando dispunha já de elementos relativos às revoluções no mundo árabe. Creio igualmente que a queda do regime provocará o caos, criando uma situação idêntica à que se viveu (e ainda se vive) no Iraque, após o derrube de Saddam Hussein, mesmo que não se verifique uma invasão militar da NATO, facto que não julgo provável, devido à oposição da Rússia e da China.

Parafraseando os sinistros neoconservadores americanos, que afirmaram, justificando a invasão do Iraque,  que o caminho para Jerusalém passava por Baghdad, estou convencido que o caminho para Teerão não passará por Damasco, a menos que se pretende envolver o Médio Oriente (e há quem pretenda) numa guerra de proporções inimagináveis, e desencadear uma terceira e apocalíptica guerra mundial.

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