segunda-feira, 25 de abril de 2011
O DISCURSO DOS QUATRO
Hoje de manhã, no Palácio de Belém, o presidente da República, Cavaco Silva, e os past-presidentes Ramalho Eanes, Mário Soares e Jorge Sampaio, discursaram sobre o 25 de Abril, passados que são 37 anos sobre a Revolução dos Cravos.
Nestes quatro discursos, afirmaram-se algumas verdades estimáveis, omitiram-se algumas verdades inconvenientes, disseram-se algumas mentiras piedosas e proferiram-se as banalidades que sempre ornamentam as alocuções em manifestações deste género.
Sampaio e Eanes citaram Fernando Pessoa, em contextos diferentes. Pessoa, porque genial, é utilíssimo, pois serve para justificar uma opinião e, se necessário, a contrária.
No final, e após a imposição de condecorações, parece que foi inaugurada uma exposição no Pátio dos Bichos. Este pátio, cuja designação provém de lá terem estado em tempos, em celas próprias, bichos provenientes de África, que provocavam o encanto dos frequentadores do palácio, foi transformado, com o decorrer dos anos, para permitir que o local fosse frequentado por outros bichos (e bichas) mais consentâneos com a a modernidade.
Como ouvi a transmissão em directo os discursos pela rádio (Antena 1) quero exarar o meu protesto pelos comentários da jornalista de serviço (ignoro quem fosse) que entendeu, no fim de cada discurso, proceder a um resumo do mesmo para quem tinha acabado de ouvir o original, assim impedindo de escutar o princípio do discurso do orador seguinte. É o que se chama um exemplo de mau jornalismo.
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3 comentários:
Conhecendo o conservadorismo do blogue,o autor é capaz de ainda não conhecer os benefícios (e malefícios) de uns aparelhos chamados "televisão",que são úteis para ver estas cerimónias e escolher perspectivas diversas.Aconselha-se pois o autor a aventurar-se em adquirir uma dessas inovações,pois embora os figurantes nem sempre primem pela estética,fica tudo mais bonito do que pela rédio. É só uma opinião...
Quanto ao Pessoa,desculpe mas a citação do Sampaio foi certeira,pois a péssima auto-estima portuguesa é de facto um dos nossos problemas,redundando numa interiorização negativística e bloqueadora. É um peoblema já antigo,que só o Estado Novo tentou desajeitadamente combater,sem grande sucesso,e com o inconveniente de se vir a associar depois patriotismo com "fascismo",o que é lamentável.
O autor do comentário das 16:03 ateve-se ao acidental, que não ao essencial.
Tenho, de facto, televisão, mas não na casa de banho, onde ouvi os discursos pela rádio, enquanto tomava banho e me barbeava.
Espero que o comentarista fique esclarecido quanto a este pormenor e, se quiser, poderá oferecer-me uma televisão portátil para levar diariamente para a casa de banho.
Com muito gosto.
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