quinta-feira, 14 de abril de 2011
AS AGÊNCIAS DE RATING (II)
Que o país se debate com uma grave crise financeira, é inquestionável; que os meios de comunicação social, desde há semanas, não falem doutra coisa, numa persistente e sistemática lavagem ao cérebro dos portugueses, a comando sabe-se lá de quem, também é indubitável.
A incúria (para não dizer outra coisa) dos últimos governos, especialmente do último, conduziu-nos a uma situação crítica, que não só nos preocupa como nos envergonha. Nunca o esbanjamento dos dinheiros públicos fora tão longe, e nem mesmo a chamada crise internacional pode constituir pretexto para o alijar de culpas.
Já a I República terminara na falência do Estado e foi exactamente por causa disso que os governantes pós-28 de Maio foram buscar a Coimbra o Doutor Salazar. Precisamente para pôr ordem na casa. E pôs, só que ficou sentado na cadeira do poder, até que ela (segundo dizem) se partiu.
Contudo, o momento actual reveste-se de características diversas da situação ocorrida no final dos anos vinte do século passado. As circunstâncias, cada vez mais difíceis, em que Estado português é obrigado a recorrer aos empréstimos internacionais, vieram provar que nos encontramos num jogo cujas regras estão viciadas. E é essa a magna questão.
Daniel Oliveira, no blogue "Arrastão" faz-se eco desse ardil e porque refiro aqui o link, dispenso-me de explicar os pormenores do "negócio". Acrescentarei apenas que o próprio (e insuspeito na matéria) Marcelo Rebelo de Sousa, no seu comentário televisivo do passado domingo, disse. preto no branco, que as agências de rating desciam Portugal nos seus níveis de classificação porque, sendo propriedade dos organismos que emprestam dinheiro ao nosso país, estes obtinham assim juros mais elevados. Não se pode ser mais explícito.
Quanto à petição, apresentada por um grupo de economistas e subscrita já por elevado número de cidadãos, dirigida ao procurador-geral da República, para que averigúe da existência de práticas fraudulentas em todo este imbróglio, duvido que se obtenham resultados concretos, mas não deixa por isso a mesma de constituir uma manifestação da indignação dos portugueses, que são quem, no final, sofre as consequências de tão ignóbil processo.
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1 comentário:
Realmente,tudo visto e considerado,é de facto extraordinário e incompreensivel como é que estas sinistras agências,ao serviço de interesses inconfessáveis,quanto às dívidas soberanas classificam mal os países super-endividados e com fraco crescimento,e classificam bem os países com baixos deficits e com economias robustas e crescentes. Este escândalo só se explica por uma ou várias conspirações com origem nos grupos e terras de onde vêm todos os males do mundo. É urgente denunciá-los!
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