A situação no mundo árabe agrava-se progressivamente, com consequências imprevisíveis, não só para os próprios países onde a agitação prossegue como para a Europa e mesmo para os outros continentes.
Na Síria, onde grandes manifestações têm sido reprimidas, a multidão em protesto está agora a marchar sobre o centro de Damasco. registando-se incidentes por todo o país.
No Egipto, o julgamento de Mubarak e de seus filhos ameaça o desencadear de novas manifestações e contra-manifestações que conduzirão ou a uma violenta repressão ou à guerra civil.
Na Jordânia verificaram-se graves confrontos entre grupos salafistas e apoiantes do rei Abdullah II.
Na Argélia, que tem sido palco de sucessivos incidentes, o presidente Bouteflika prometeu alterar a Constituição, o que não terá qualquer significado.
No Iémen, centenas de milhares de pessoas exigem a renúncia imediata do presidente Ali Abdullah Saleh.
Na Líbia, prossegue uma guerra inconsequente entre as tropas ainda leais ao coronel Qaddafi e a população revoltada, que embora apoiada pela aviação da NATO (que não consegue evitar os danos colaterais) foi até agora incapaz de derrubar o regime, sem que se vejam igualmente resultados da mediação internacional.
No Bahrain, apesar do apoio saudita e da "protecção" norte americana, a maioria xiita continua a manifestar-se.
Em Marrocos, o rei Mohammed VI foi constrangido a libertar 92 presos políticos para tentar acalmar uma população cada vez em maior efervescência.
Na Tunísia, aparentemente mais calma, mas com o nível de vida a descer incessantemente e a população jovem a embarcar clandestinamente para Itália, surgem os saudosos de Ben Ali, que irão certamente provocar distúrbios, agora que o governo decidiu julgar o ex-presidente por homicídio e corrupção.
Na Arábia Saudita, a situação continua instável, com as tropas fiéis à monarquia em vigilância permanente.
O Iraque não merece comentários pois o clima é de guerra permanente desde a invasão anglo-americana e afins.
Na Palestina, o Hamas é desafiado pelos salafistas, um grupo religioso extremista responsável pela recente morte de um pacifista italiano, ao mesmo tempo que é acusado pela Autoridade Palestiniana de impedir a reconciliação dos palestinianos.
Tanta confusão não é nem natural, nem espontânea. Forças ocultas, que ainda desconhecemos, estão a provocar, com o pretexto da democracia, o desmoronamento do mundo árabe. Forças que aliás se estendem à África sub-sahariana, e de que o problema da Costa do Marfim é o exemplo mais dramático e mais recente. A própria Europa, o Velho Continente, entregue a políticos medíocres e sem escrúpulos, ameaça ruir mais depressa do que o que muitos pensam.
Parece que há quem esteja interessado no desencadear da Terceira Guerra Mundial. Será verdade?
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