sábado, 30 de abril de 2011

O CÉU QUE NOS PROTEGE



João Gonçalves, no blogue "Portugal dos Pequeninos" escreve hoje um texto sob o título O CÉU QUE NOS PROTEGE, a propósito das próximas eleições legislativas. De facto, estando a troika a ultimar o "programa de governo" para a próxima legislatura, parece inútil a realização (dispendiosa) de tais eleições, uma vez que será esse o programa a aplicar independentemente dos resultados eleitorais.

A alternativa seria, como vários países sul-americanos já recomendaram a Portugal, e tendo em conta as desastrosas consequências que se verificam na Grécia e na Irlanda, a rejeição de tal "ajuda". Poderia haver assim eleições livres e a adopção de uma política nacional não dependente de empréstimos que mais não servirão do que para pagar os empréstimos anteriores e respectivos juros.

O que o país precisa, dentro das suas fracas possibilidades, é o investimento na agricultura, nas pescas, em alguma indústria, actividades que foram desmanteladas por força da nossa adesão à União Europeia, a favor da França, da Espanha, da Alemanha, etc. Os subsídios que na altura se receberam para a consumação desse crime nacional, de nada serviram a não ser para encher as algibeiras de algumas pessoas cujos nomes possivelmente se ignoram, ou talvez não.

Assim, imposta pelo FMI, BCE e FEEF uma ditadura financeira porventura mais rigorosa, atendendo à diferença de época,  do que a que Salazar introduziu quando chegou ao governo, a pergunta que persiste em todos os espíritos é: para que servem as eleições, qual o significado das actuais democracias representativas?

E também qual a responsabilidade da esmagadora maioria dos portugueses que vai ter de suportar sacrifícios para uma situação para a qual em nada contribuiu?

E não haverá verdadeiros responsáveis, para além do bom povo português?

Porque o título do post é sugestivo, permiti-me reproduzir a imagem do livro de Paul Bowles, The Sheltering Sky, na sua tradução portuguesa. Ao menos o romance decorre no norte de África, uma terra aprazível, mau grado algumas contrariedades sobrevindas nos últimos meses, e cuja origem ainda não é suficientemente clara.

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