domingo, 17 de abril de 2011

ASSAD LEVANTA O ESTADO DE EMERGÊNCIA



O presidente sírio Bachar Al-Assad, numa declaração ao país, ladeado pelos membros do seu novo governo, anunciou ontem o levantamento na próxima semana do estado de emergência (que vigora há 48 anos), bem como a introdução de profundas reformas que permitam um desenvolvimento de acordo com as rápidas mudanças que se verificam em todo o mundo.

Assad defendeu um diálogo com as forças sociais e salientou que as reformas só poderão realizar-se em clima de estabilidade. Salientou que o maior problema da Síria é o desemprego e que é necessário reduzir o fosso existente entre os cidadãos e as entidades oficiais.

Considerou igualmente que o governo do novo primeiro-ministro Adel Safar procurará corresponder aos anseios manifestados pela população durante as manifestações das últimas semanas que, segundo o presidente, terão sido influenciadas por forças estrangeiras.

Aguardam-se os próximos dias para verificar se o discurso de Assad acalmará os protestos, duramente reprimidos pela "Mukhabarat" (polícia secreta) e que, segundo dados das organizações de direitos humanos, terão provocado mais de 200 mortos. O presidente lamentou os mortos, quer dos manifestantes, quer das forças de segurança.

A Síria é um país altamente civilizado, como referiu também Assad e é verdade. Realmente, o território hoje correspondente à Síria foi palco, durante séculos,  das mais brilhantes civilizações, tendo o próprio alfabeto sido inventado pelos antepassados dos sírios, em Ugarit (Ras Shamra, em árabe), no norte do país, um sítio onde hoje prosseguem escavações que segundo o professor Yves Calvet, que as dirige e com quem tive a honra de falar no local há alguns anos, deverão durar ainda várias décadas até pôr a descoberto uma cidade que foi sede (1.500 A.C.) de uma civilização brilhante.

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