segunda-feira, 21 de junho de 2010

TROCA DE MEDICAMENTOS


Começa a tornar-se preocupante a frequência com que ocorre, por vezes com graves consequências, a troca de medicamentos nos hospitais portugueses.

Tivemos, há tempos, o caso dos doentes que ficaram cegos devido a um erro de administração de um produto no Hospital de Santa Maria, e eis que, na semana passada, ocorre outro erro no Hospital Garcia de Orta, em Almada, de que foram vítimas duas crianças.

A administração errada de medicamentos aos pacientes é uma coisa que não pode acontecer.

Os inquéritos que se abrem nestas ocasiões a pouco ou nada conduzem. E as consequências dos erros são normalmente irremediáveis. Admito mesmo que, para além das situações conhecidas, que chegam à imprensa devido à sua gravidade, outras aconteçam de que não há notícia. Não sei se estes casos se devem à falta de pessoal, à desmotivação do pessoal, a deficientes condições operacionais, ou simplesmente à incúria ou ao "deixa andar" dos profissionais a quem se entrega a saúde dos cidadãos.

A profissão dos agentes de saúde exige uma responsabilidade máxima no exercício das suas funções, pois é destes que depende a vida ou a morte dos doentes ou dos feridos. Digamos que é, por excelência, a profissão vital. Não se compadece nem com improvisos, nem com desleixos, nem com divergências políticas, nem com redução dos meios essenciais.

Duas notas:
1) Os causadores involuntários (pois parte-se do princípio de que não poderão ser nunca voluntários)  de danos nos doentes decorrentes de acções erradas, ou de omissões, devem ser exemplarmente punidos, depois de devidamente apuradas responsabilidades.
2) A redução dos meios indispensáveis ao tratamento de doentes constitui um CRIME, pois podem reduzir-se custos, do futebol à cultura folclórica, das comemorações pseudo-patrióticas à manutenção de uma classe político-empresarial que tem sugado a Nação ao longo desta III República. Mas à SAÚDE não!

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