domingo, 13 de fevereiro de 2011

O MUSEU DO CAIRO


 Referimos aqui que Zahi Hawass afirmara terem sido roubadas ou vandalizadas algumas peças menores (?) do Museu Egípcio do Cairo, durante os primeiros dias de manifestações.

Não se compreende como este Museu, já centenário, que sucedeu ao primitivo museu situado um pouco a norte, na zona de Bulaq, e que costuma estar permanentemente guardada pela polícia das Antiguidades e Turismo, pôde ser assaltado. Parece que os ladrões entraram pelo telhado. Entretanto, não se sabe quando estará construído o novo museu, que ficará situado próximo das pirâmides de Gizeh, e terá as condições indispensáveis que se exigem a um museu moderno. O museu da praça At-Tahrir, que abriga preciosidades de inestimável valor, em muitas zonas mais parece um armazém onde se arrumam peças do que um local de exposição. As legendas que figuram dentro das vitrinas (as poucas que as possuem), em papel amarelecido (devem ter décadas) estão escritas á mão ou dactilografadas por uma velhíssima máquina de escrever. A maior parte só em árabe, algumas também em inglês ou francês.

Um polícia da guarda ao Museu

Todavia, segundo notícias de hoje, o secretário-geral do Supremo Conselho das Antiguidades Egípcias, afirmou que desapareceram peças muito valiosas, incluindo algumas do faraó Tut-Ankh-Amon. Não se percebe como é que um homem tão zeloso pelo património faraónico egípcio, nem o director do Museu, só agora deram pela falta dessas peças, duas semanas depois dos actos de pilhagem. Mesmo considerando que não se trata de nenhuma das peças existentes na "sala do tesouro" de Tut-Ankh-Amon (espero bem), a ala direita do 1º andar do Museu e a zona do fundo, frente á "sala do tesouro" albergam peças extraordinárias do recheio encontrado no túmulo: as estátuas de guarda ao sarcófago, os tronos real e sacerdotal, as camas , os carros de guerra, os vasos canópicos e muitas outras peças de menor dimensão e mais facilmente transportáveis.

Há algo de estranho neste caso. O Museu, até por causa dos atentados que já se registaram, está guardado dia e noite; perante uma insurreição popular, a vigilância deveria ter sido imediatamente redobrada; o recheio do Museu, sendo propriedade do Estado egípcio, constitui também parte do património artístico universal. A máscara de ouro e lápis-lazúli de Tut-Ankh-Amon é uma peça única na história da arte e as jóias que se encontravam sobre a múmia e no tríplice sarcófago são de uma beleza jamais igualada na história da civilização.

1 comentário:

Anónimo disse...

Parabéns pelas fotos.