domingo, 20 de fevereiro de 2011

MASSACRE NA LÍBIA



Como escrevemos no post publicado na madrugada de ontem, quanto a um eventual banho de sangue na Líbia, provocado pela repressão governamental, confirmaram-se os piores receios. O balanço actual aponta já para mais de 200 mortos e milhares de feridos. Agarrado ao poder há 42 anos, Muammar Qaddafi, que mais parece um travesti do que um chefe de Estado, não hesita nos meios a utilizar para calar as reivindicações do povo. No leste do país, onde a contestação é mais forte, nomeadamente em Benghazi e Al-Beyda, parte do exército juntou-se aos manifestantes.

Devido a cortes intermitentes nas comunicações, com a finalidade de impedir o contacto entre a população, as notícias chegam fragmentadas. Existe uma insurreição generalizada na região da Cirenaica, e as forças da guarda pretoriana de Qaddafi instalaram atiradores nos telhados para disparar sobre a multidão.

O embaixador líbio na Liga Árabe demitiu-se em sinal de protesto contra a repressão de Qaddafi, que desde há longo tempo se encontra mentalmente doente e incapaz de dirigir os destinos do país. Aguarda-se, entretanto, uma comunicação do seu filho e presuntivo herdeiro Seif Al-Islam Qaddafi.

Muitos manifestantes tentam dirigir-se para a cidade de Al-Zawia, próximo de Trípoli,  com o fim de incendiar os edifícios que constituem o complexo de Qaddafi. Também um grupo de líderes religiosos e de intelectuais subscreveu um apelo em que se diz que "a morte de seres inocentes é proibida pelo Criador e pelo seu Profeta... Parem já o massacre".

As reacções da "comunidade internacional" têm sido tímidas ou inexistentes, mas parece muito difícil que o regime de Qaddafi consiga sobreviver a esta insurreição no país. Nem o famoso Livro Verde lhe poderá valer.

Neste site poderá seguir minuto a minuto a revolução na Líbia.

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