Manifestação na praça Beyazit, em Istambul |
A agitação no mundo árabe está a alastrar a outros países islâmicos. Hoje verificaram-se manifestações na Turquia, no Irão, na Síria e em outros países, além de prosseguir o braço de ferro entre a população egípcia, que exige a partida de Mubarak, e o presidente que insiste em permanecer no lugar. Centenas de milhar de pessoas concentraram-se novamente na praça At-Tahrir, no Cairo, não realizando contudo a projectada marcha até Heliópolis, na periferia da capital, onde se encontra o palácio presidencial. Também em Alexandria, nas praças At-Tahrir, Saad Zaghlul, Ramleh e Ahmed Urabi, se juntaram muitos milhares de pessoas.
Na Turquia realizaram-se igualmente várias manifestações de apoio à contestação a Mubarak, especialmente em Istambul, e na Síria teve lugar uma manifestação em Damasco, convocada através das redes sociais, mas que não teve expressão significativa devido ao controlo policial.
Em Teerão, o guia supremo, o ayatollah Ali Khamenei, incitou a uma revolução islâmica como a que teve lugar no Irão em 1979, e saudou os povos tunisino e egípcio. Curiosamente, muitos iranianos, embora solidários com os egípcios, vêem nos seus protestos uma ocasião para protestarem também contra o regime islâmico iraniano.
Entretanto, o marechal Hussein Tantawi, ministro da Defesa, e um dos homens mais poderosos das forças armadas, visitou a praça At-Tahrir, no Cairo, na companhia de vários oficiais. Como escrevemos no nosso post de 25 de Junho passado, o marechal Tantawi é com El-Baradei, Omar Suleiman e Amr Mussa, um dos quatro prováveis sucessores de Mubarak, embora nestas situações haja que contar sempre com o imprevisto. Mas a deslocação de Tantawi a At-Tahrir poderá significar que as forças armadas egípcias se preparam para assumir o poder, forçando a retirada do presidente.
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