segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
GUERRA CIVIL NA LÍBIA
A Líbia encontra-se em clima de verdadeira guerra civil, após Qaddafi ter mandado a aviação bombardear as populações civis. Os protestos que se iniciaram em Benghazi, cidade que já se encontra em poder dos revoltosos, alastraram a todo o país, incluindo Trípoli, a capital, onde se encontram ainda alguns apoiantes do coronel. A repressão dos manifestantes provocou já centenas de mortos e milhares de feridos no que o embaixador interino da Líbia nas Nações Unidas classificou de genocídio. Ibrahim Dabbashi disse mesmo que Qaddafi deveria ser presente ao Tribunal Internacional da Haia, por genocídio e crimes contra a humanidade.
O primeiro-ministro do Qatar, Hamad bin Jassim bin Jabr Al.-Thani, pediu a convocação urgente de uma reunião da Liga Árabe para terça-feira a fim de ser discutida a situação na Líbia. Entretanto, o ministro da Justiça do governo de Qaddafi e embaixadores líbios em várias capitais demitiram-se já dos seus postos. Também dois pilotos militares encarregados de disparar sobre os manifestantes desviaram os seus caças Mirage e aterraram em Malta.
O discurso de ontem à noite do filho de Qaddafi, Seif Al-Islam, nada contribuiu para apaziguar os ânimos, antes pelo contrário, estando anunciado para esta noite uma alocução ao pais do próprio líder, o que, a ser verdade, contraditaria as afirmações do ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, segundo o qual Qaddafi já se encontraria na Venezuela.
Apoiado pela sua família, pelo seu clã, pela sua tribo, os Qaddafa, e pelos comités revolucionários, mas odiado pela maior parte da população, é muito duvidoso que Qaddafi consiga manter o poder, apesar do ensurdecedor silêncio de uma Europa castrada que mal ousa emitir uma condenação dos massacres. Detestado por todo o mundo árabe, resta ao coronel a fuga ou a morte ou, na mais optimista das hipóteses, continuar a governar uma pequena parcela da Líbia dividida.
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1 comentário:
O autor do blogue deve andar mal informado,pois alem de depoimentos individuais,os ministros dos negócios estrangeiros europeus reunidos ontem em Bruxelas condenaram de forma clara os responsáveis pelos massacres líbios. Consta que a declaração conjunta não terá sido mais forte por insistência dos italianos,que alem de interesses têm muitos nacionais no terreno,e não os quererâo colocar em risco acrescentado. E não posso deixar de acrescentar que toda esta mortandade e corajoso sacrifício parece demonstrar claramente que,ao contrário de alguns comentadores jornalísticos e bloguísticos cá do burgo,ainda há quem valorize plenamente,senão exactamente o regime total e complexo das democracias tradicionais, alguns princípios essenciais como as liberdades individuais e sociais,a capacidade de mudar de chefias pacificamente,etc. Ou não?
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