domingo, 30 de janeiro de 2011
A INSURREIÇÃO NO EGIPTO
Continuam as manifestações em todo o Egipto, nomeadamente na praça At-Tahrir (a praça da Libertação, cujo nome assume hoje um duplo significado). O antigo director-geral da Agência Internacional de Energia Atómica, Mohamed El-Baradei, deslocou-se a esta praça, proclamando que o presente movimento de contestação ao regime é irreversível.
Entretanto, a Irmandade Muçulmana, na ausência de um rosto conhecido e credível que congregue a Oposição a Mubarak, pediu a El-Baradei que estabeleça contactos com os diversos grupos oposicionistas com a finalidade de se estabelecer um diálogo que conduza à substituição do regime.
Verifica-se, na cidade do Cairo, uma confraternização entre muitos militares e populares, já que todos são filhos do povo.
Os governos americano e britânico estão a começara a retirar os seus cidadãos do Egipto, reduzindo também ao mínimo o pessoal das respectivas representações diplomáticas.
A Universidade Americana do Cairo, um dos mais prestigiados estabelecimentos universitários do país, informa no seu site que será facilitada a saída do Egipto a todos os que o desejarem, estando as aulas suspensas e os estudantes em segurança, fora do centro da cidade.
Confirma-se que o recolher obrigatório continua a não ser cumprido, enquanto o governo se empenha em impedir as comunicações telefónicas e informáticas no país. O ministério da Informação mandou encerrar os escritórios da estação de televisão Al-Jazira, impedindo-a também de emitir a partir do país.
Os governos ocidentais encontram-se extraordinariamente preocupados com o evoluir dos acontecimentos no Egipto. Sarkozy, Merkel e Cameron assinaram um comunicado conjunto pedindo "moderação", mas parece que acordaram tarde. Também Obama tem solicitado a introdução de reformas do ponto de vista político, económico e social. Os principais receios do Ocidente centram-se na eventualidade da propagação da sublevação a todo o mundo árabe, de um bloqueio do Canal de Suez, da vulnerabilidade de Israel face a toda uma nova política dos países árabes em relação à solução da Questão Palestiniana.
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2 comentários:
Uma manifestação de "amizade" característica do mundo árabe. Que Allah esteja com eles.
Faz lembrar a união do povo/MFA, mas com mais substância!!!
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