Milhares de libaneses sunitas protestaram ontem, especialmente nas cidades de Beirute, Tripoli e Saïda, onde tiveram lugar violentas manifestações contra a nomeação do novo primeiro-ministro, Najib Mikati, proposto pelo sheikh Hassan Nasrallah, líder do Hizbullah.
Hassan Nasrallah |
Mikati foi designado pelo presidente da República, Michel Sleimane, após a queda do governo de Saad Hariri, filho do antigo primeiro-ministro Rafic Hariri, morto num atentado, que está a ser há largo tempo investigado e em que teriam participado, segundo afirma a população sunita, o governo sírio e o próprio Hizbullah, que agora retirou o seu apoio parlamentar ao filho do falecido. O novo chefe do governo é sunita, respeitando assim a divisão de poderes no Líbano (um estado multi-confessional e artificial promovido pela França aquando da partilha do Médio Oriente pela França e a Inglaterra), em que o presidente da República tem de ser cristão, o presidente do Parlamento (Nabih Berri, chefe do partido Amal [Esperança}) xiita e o primeiro-ministro sunita.
Porém, os muçulmanos sunitas acusam Mikati de ser uma criatura de Nasrallah, o qual já declarou (a partir de Baalbek) que o próximo governo não será um governo do Hizbullah e que Mikati é um homem do centro que promoverá a unidade nacional. Nasrallah insistiu que "não há vencedor, nem vencido" e apelou à união de todos os libaneses. Por sua vez, Mikati afirmou que a sua nomeação "não é a vitória de um campo contra o outro, mas a vitória da reconciliação".
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