Parlamento - Rabat |
Três pessoas tentaram imolar-se ontem pelo fogo em Marrocos. O primeiro, em Smara, foi um homem recém-chegado do Sahara Ocidental, mas as autoridades impediram a consumação do acto, transportando-o ao hospital. A segunda tentativa teve lugar em Béni Mellal, no centro do país. Tratou-se de um vendedor ambulante de 41 anos, a quem havia sido prometida uma loja. Ficou, apenas, ligeiramente queimado, devido a ter sido impedido por terceiros de concretizar o seu desejo. Finalmente, um homem, desesperado por problemas de herança, incendiou-se em Casablanca, sendo conduzido ao hospital.
São as primeiras tentativas de imolação pelo fogo que se registam em Marrocos, na sequência do jovem que se incendiou em Sidi Bouzid em Dezembro passado e cuja morte provocou a sublevação generalizada do povo tunisino e levou à queda do regime do presidente Ben Ali. Outras imolações tiveram depois lugar em diversos países árabes.
Entretanto, os numerosos jovens diplomadas que se manifestam diariamente em frente do Parlamento de Rabat pedindo o seu ingresso na função pública, suspenderam este fim de semana as suas reivindicações, após uma uma promessa do primeiro-ministro Abbas El Fassi de lhes conceder uma "quota" nos postos a criar na administração em 2011. Abbas recordou que no ano transacto haviam sido recrutados 1.300 diplomados-desempregados.
O antigo coronel da Força Aérea e hoje subsecretário do Departamento de Estado norte-americano, Philip Crowley, afirmou estar convencido de que os acontecimentos da Tunísia não se propagarão aos estados árabes vizinhos, apesar de muitos traços comuns entre as respectivas sociedades, não havendo por isso que temer um efeito de bola de neve, e considerou os acontecimentos da Tunísia como uma "história fascinante". Uma opinião deveras curiosa!
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