quinta-feira, 14 de outubro de 2010
ALFREDO MARGARIDO
Aos 82 anos, morreu anteontem Alfredo Margarido, poeta, ficcionista, sociólogo, pintor, tradutor e estudioso de Pessoa.
Especialmente interessado na África Negra, divulgador do nouveau roman em Portugal, colaborou em diversas publicações, entre as quais as revistas "Colóquio-Letras" e "Persona". Há muito retirado das luzes da ribalta, o seu nome é hoje menos conhecido das gerações mais novas, o que não impede se reconheça o contributo que durante anos prestou à vida cultural portuguesa.
Este começo de Outono está a iniciar a sua ceifa.
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1 comentário:
Ao desfolhar o Jornal Público deparei-me com o desaparecimento de um dos grandes intelectuais portugueses da segunda metade do século XX. Poeta, ficiconista, ensaísta, tradutor, artista plástico, sociólogo, estudioso e divulgador das literaturas africanas de expressão portuguesa, ALFREDO MARGARIDO faleceu esta terça-feira em Lisboa. Longe dos focos mediáticos, a sua morte não tem sido muito noticiada, no entanto, a sua morte significa uma grande perda para a cultura, ensino e investigação portuguesas. Com fortes ligações ao surrealismo introduziu o nouveau roman» em Portugal, traduziu obras marcantes à escala mundial, incluindo o Moby Dick de Melville. Investigador da École des Hautes Études, docente na Sorbonne, teve preponderante influência no meu percurso académico. Na minha consciência fica a pesada carga emocional de nos últimos anos não o ter contactado. Com nostalgia, guardo as cartas que me remetia de Paris com conteúdos programáticos para o curso de Sociologia da UAL. Fica a saudade dos finais de tarde à Sexta-feira. Não eram aulas, eram licões de vida... que muitos poucos souberam apreciar, valorizar e interiorizar. Deixo a minha sincera homenagem a quem já partiu mas que jamais esquecerei.«Lúcido, crítico e livre, e por isso mesmo polémico e indisciplinador de consciências» Cristina Correia
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