sábado, 30 de outubro de 2010
UM FILME DE TERROR
Há cerca de duas horas ouvi na rádio Eduardo Catroga afirmar que o acordo Governo/PSD sobre o Orçamento de Estado (onde ambas as partes terão feito algumas concessões) fora assinado ontem em sua casa, às 23 horas e qualquer coisa, e que até lhe tinham tirado uma fotografia com o telemóvel, para registar esse momento histórico.
Ouvi logo a seguir Teixeira dos Santos ressalvando ter o PSD que fazer concessões na negociação na especialidade, pois, para atingir o défice previsto, há que encontrar mais 500 milhões de euros, seja cortando na despesa, seja aumentando na receita, inclusive com nova subida de impostos.
Estou estupefacto! Ou estarei doido?
Então o acordo não é para cumprir?
Depois de semanas de jogo do gato e do rato, de declarações inflamadas, de mentidos e desmentidos, dos conselhos do presidente da República, das intervenções do prof. Marcelo, das declarações dos líderes dos dois principais partidos e dos seus apaniguados, das proclamações dos outros líderes partidários, de centenas (ou mesmo milhares) de horas de mesas redondas ou quadradas ou rectangulares na televisão, da reunião do Conselho de Estado, do acordo finalmente assinado, ficará tudo como dantes? Ou quase?
Foi tudo uma farsa?
Estamos a assistir a um verdadeiro filme de terror. Mas o suspense não se assemelha, nem de perto nem de longe, ao que Agatha Christie, uma senhora muito "old England", introduzia nos seus romances policiais.
O que acontecerá nas próximas horas?
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1 comentário:
Prefiro pensar nos tempos do verdadeiro "Old England" e da "Casa Africana",menos snob e com o preto à porta,tudo na rua do Ouro. É preciso realmente estes tipos serem muito maus,para recordarmos esses tempos. Mas é o que temos,e não se vê melhor.
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