sexta-feira, 15 de outubro de 2010
ESTADO DE SÍTIO
Ao fim de 35 anos de "democracia representativa", o país chegou ao estado actual. Independentemente de factores externos, alguns porventura fabricados, têm hoje os portugueses a consciência plena de que foram ludibriados e roubados "internamente" por uma classe dirigente sem escrúpulos (e ressalvo as excepções de homens honrados que, embora poucos, ainda os há e houve) que conduziram a nação à situação de insolvência patenteada nas medidas ora apresentadas ao parlamento.
Não deixa de ser uma ironia do destino, que no mês em que se comemora o centenário da proclamação da República, sejam adoptadas medidas de salvação nacional extraordinariamente gravosas para quase todos os portugueses.
A falência do Estado foi a causa primeira do golpe militar de 1926. E o saneamento das contas públicas a tarefa primeira do Estado Novo. Encontramo-nos numa situação, não idêntica, mas semelhante à que se vivia nos finais da Primeira República. Há hoje, para o Bem e para o Mal, uma União Europeia, que impede (ou tenta impedir) os golpes militares, e vai ajudando os povos a troco da sua liberdade, da sua subsistência, da sua consciência nacional.
Essa União, dotado de três presidentes, o semestral, o do Conselho e o da Comissão (o famigerado sr. José Manuel Barroso), governa para satisfazer os interesses dos grandes países à custa do suor, das lágrimas, e brevemente do sangue dos pequenos países. Estamos no limiar de um novo período de escravatura, que dividirá a humanidade em homens superiores e homens inferiores, isto é, de uma sociedade que Adolfo Hitler não conseguiu impor militarmente, mas que outros tentam realizar pela via económica e financeira.
Há que dizer que os portugueses (os governantes, as oligarquias), partilham a parte do leão na responsabilidade do caos em que nos encontramos e que piorará de dia para dia. Mas também o cidadão comum não é totalmente inocente na hecatombe que se avizinha.
Nos momentos de crise nacional, em que a Pátria está em perigo (escrevo Pátria embora para muitos esta palavra careça já de significado), tem Portugal sabido encontrar um Salvador. Não sendo partidário de soluções messiânicas, entendo que há momentos cruciais em que essa via se impõe. Talvez este seja um deles. Como diria o Poeta: "É A HORA!"
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1 comentário:
Impressionado que fico com este e anteriores posts de teor semelhante,talvez me sejam permitidas algumas modestas perguntas resultantes certamente das minhas dificuldades de entendimento: 1)A crise financeira portuguesa de 83,tanto ou mais grave do que esta(com FMI chamado pelo governo,e medidas subsequentes) foi tambem produto da conjugação da "democracia representativa" com uma classe dirigente sem escrúpulos?; 2)Proclamando a necessidade de uma IV República,não nos poderia dar umas luzes,mesmo sumárias,sobre as características constitucionais e políticas dessa "refundação"? Suponho que começaria por afastar ou eliminar a "democracia representativa" e a "classe dirigente sem escrúpulos".E depois? Que forma de governo? Que chefia de estado? Parlamento sim ou não? E onde está a nova classe dirigente com escrúpulos,de momento aparentemente albergada em algum esconderijo? 3) A Grécia,a Irlanda,a Espanha,que sofreram ao mesmo tempo crises com algumas semelhanças,tambem devem eliminar as suas democracias representetivas e as suas classes dirigentes? 4)Os problemas do sistema financeiro americano e o excessivo endividamento geral europeu nada têm a ver com a crise? 5)Finalmente o "Salvador". Dado que "é a hora" torna-se imprescindivelmente patrótico que o autor do blogue nos revele o nome e morada do dito,a fim de que todos os honestos cidadãos o vão buscar e aclamar sem perder um minuto,sabendo-se da gravidade da situação para que fomos arrastados . Aguardamos ansiosamente.
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