quinta-feira, 14 de outubro de 2010
MARIA CRISTINA DE CASTRO
Morreu anteontem. com 79 anos, a cantora lírica Maria Cristina de Castro, uma das vozes mais notáveis da ópera em Portugal, na segunda metade do século XX.
Integrou a Companhia Portuguesa de Ópera, criminosamente extinta após a revolução de Abril, apresentou-se diversas vezes no estrangeiro e, em 1958, cantou La Traviata, com Maria Callas e Alfredo Kraus, no Teatro de São Carlos, num registo sonoro hoje felizmente disponível.
Tive o privilégio de ser amigo de Cristina de Castro, com quem privei durante muitos anos, até porque tínhamos amigos comuns. Não a via há algum tempo e a notícia da sua morte entristece-me profundamente.
Era uma mulher culta e inteligente, e tendo alcançado grandes triunfos no campo operático, manteve-se sempre extraordinariamente modesta. Retirada da cena lírica, continuou a sua actividade como professora, ensinando gerações de alunos com um profissionalismo exemplar. Conversei com ela, pela última vez, na inauguração da exposição sobre a Callas, na Fundação EDP.
Numa altura de profunda decadência nacional, não só económica e financeira mas sobretudo moral, o seu desaparecimento constitui mais uma perda para o património cultural português.
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2 comentários:
Uma grande senhora que desaparece. A vida artística fica mais pobre, e os amigos também,
Vão-se os que valem alguma coisa e ficam os que não prestam. É a vida...
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