segunda-feira, 25 de outubro de 2010

A FAMÍLIA VILLIERS

Philippe de Villiers

Ainda a braços com o escândalo L'Oréal, em consequência dos donativos particulares efectuados ao partido de Nicolas Sarkozy (além de outros a outras pessoas) por madame Liliane Bettencourt, uma senhora muito "vieille France", e também a mulher mais rica do país, que a filha pretende interditar por esbanjamento dos seus bens, está a França política agitada com outro processo, o da família Villiers.

Trata-se de um caso que surgiu à luz do dia em 2006, que foi relativamente silenciado,  e que agora volta à barra dos tribunais. Em 30 de Outubro desse ano, Laurent de Villiers, o filho mais novo do visconde Philippe de Villiers (ex-membro do governo francês, eurodeputado, chefe do partido político "Mouvement pour la France" e candidato ás eleições presidenciais em 2007) apresentou queixa à polícia contra o seu irmão mais velho Guillaume, a quem acusou de o ter violado sistematicamente, desde 1994, tinha ele então 10 anos e o irmão 16. Dispensamo-nos dos pormenores, aliás sobejamente relatados na imprensa francesa.

Guillaume de Villiers
Aquando da queixa, o irmão, então com 28 anos, negou vigorosamente os factos. Depois, o assunto foi remetido para um limbo, a fim de evitar a promiscuidade de um problema de família com uma candidatura presidencial.  O caso assumiu maior gravidade, já que o casal Villiers, profundamente católico, monárquico, conservador, é suposto ter conhecimento da ocorrência desde 2000 e ter tentado por todos os meios evitar o rebentar do escândalo.

Laurent de Villiers
Vai agora o acusado comparecer perante o tribunal de menores a fim de se determinar se realmente existe matéria de facto para um procedimento judicial ou se tudo não passou de um delírio do irmão mais novo para se evidenciar ou para tentar prejudicar a carreira política do pai.

A ser verdade este incesto fraterno (que o irmão mais novo só denunciou aos 22 anos), trata-se, afinal, de uma situação muito mais vulgar no seio das famílias do que se pretende fazer crer, como já é hoje perfeitamente notório. Nem o assunto assumiria em França particular relevo, não fosse tratar-se dos filhos de Philippe de Villiers, como o caso L'Oréal não seria falado, se não estivesse em causa a fortuna de madame Liliane Bettencourt, a cupidez da filha e os donativos para a candidatura de Nicolas Sarkozy.

1 comentário:

Anónimo disse...

Mas que família ilustre. Não sei se os manos se entendiam ou não, agora vir fazer queixa tantos anos depois acho estranho. Quem cala consente, e se calhar até gosta. E afinal são quase da mesma idade.

Há manobras políticas por trás? Ou vinganças familiares? Ao fim e ao cabo o cu é de cada um, a menos que os Estados europeus ou outros tencionem nacionalizá-lo. Já faltou mais.