Desde ontem que Maputo, a capital de Moçambique, se encontra em estado de sítio, devido às violentas manifestações de protesto - que já provocaram dezenas de mortos e feridos - contra o aumento dos bens de primeira necessidade. O eclodir destes acontecimentos não era imprevisível, e pensa-se que alastrarão a outros países de África, onde as populações auferem rendimentos abaixo do nível mínimo de subsistência.
As independências africanas, se permitiram a emancipação política dos povos colonizados, não trouxeram em simultâneo um aumento do bem-estar social. As guerras entre as facções, clãs ou tribos dominantes e, depois de eliminados os contendores, a instalação no poder de oligarquias corruptas e ávidas de dinheiro, contribuíram até para um agravamento da situação dos povos da África sub-sahariana.
Torna-se indispensável, em todo o mundo, um esforço de reflexão sobre as condições de vida das populações. Sob pena do desmoronar total das instituições políticas e da instalação do caos absoluto no planeta (não estou a exagerar), que desde há muito, independentemente das latitudes, longitudes e altitudes, deixou de ser um lugar seguro.
2 comentários:
nuito bom, excelente ideia
O que se passa é que o mundo já não deve ter capacidade de alimentar toda a população, à medida que centenas de milhões de pessoas nas economias cada vez mais prósperas da Ásia, a começar pela China, comem cada vez mais proteínas.
O preço dos bens alimentares essenciais, a começar pelo trigo, vai continuar a aumentar, e cada vez mais.
O que aconteceu em Moçambique vai continuar a acontecer, lá e noutros sítios. Sobretudo em África, claro, que está fora do loop do desenvolvimento económico mundial.
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