As recentes apresentações mundiais da ópera Don Carlo, de Verdi, sobre libretto francês de Joseph Méry e Camille du Locle e tradução italiana de Achille de Lauzière e Angelo Zanardini, a partir do poema dramático de Friedrich Schiller, e que se estreou na Ópera Imperial de Paris em 11 de Março de 1867 e, pela primeira vez em italiano, em Modena, em Dezembro de 1886, fornecem-nos o pretexto para estabelecer uma pequena iconografia sobre as personagens presentes (ou ausentes) desta ópera, uma das mais notáveis de Verdi e uma das mais famosas do repertório operático mundial.
Em primeiro lugar Schiller:
Berlim - Schiller, na Gendarmenmarket, frente à Konzerthaus |
Depois Verdi:
Busseto - Verdi, na Piazza Verdi |
Percorramos agora as personagens presentes e ausentes (ainda que presentes em espírito):
Carlos-Quinto, pelo Tiziano - Museo Nacional del Prado |
Carlos-Quinto, pelo Tiziano - Alte Pinakothek, Munique |
Isabel de Portugal (primeira mulher de Carlos-Quinto e mãe do Infante Don Carlos), pelo Tiziano - Museo Nacional del Prado |
Filipe II, pelo Tiziano - Palazzo Pitti, Florença |
Filipe II, por Sànchez Coello ou Sofonisba Anguissola - Museo Nacional del Prado |
Don Carlos, por Antonio Moro - Museu Nacional del Prado |
Don Carlos, por Sànchez Coellho -Museo Nacional del Prado |
Élisabeth de Valois, por Sofonisba Anguissola ou Pantoja de La Cruz - Museo Nacional del Prado |
Élisabeth de Valois, por Antonio Moro - Musée du Louvre |
Princesa de Éboli (Ana de Mendoza de La Cerda), por Sánchez Coello - Museo Nacional del Prado |
Mosteiro de San Lorenzo de El Escorial |
Mosteiro de San Lorenzo de El Escorial - Panteão Real |
Mosteiro de San Lorenzo de El Escorial - Cristo, por Benvenuto Cellini |
Mosteiro de San Lorenzo de El Escorial - Carlos Quinto e Família, por Pompeo Leoni |
Mosteiro de San Lorenzo de El Escorial - Filipe II e Família, por Pompeo Leoni |
Tomás de Torquemada, primeiro Grande Inquisidor Geral, de 1483 a 1498 |
Retrato do Cardeal Fernando Niño de Guevara, por El Greco - The Metropolitan Museum of Art, New York |
Mosteiro de Yuste (para onde se retirou Carlos-Quinto, depois de abdicar) |
Aqui se registaram as imagens de algumas figuras e locais que povoam a iconografia associada ao infante Don Carlos, mais propriamente as que ilustram as personagens e os sítios da ópera. Na verdade, um breve apontamento do que seria uma viagem interminável.
2 comentários:
Que bela iconografia sobre Don Carlos.
É pena que não haja uma publicação com todos os retratos célebres e as fotos ou reproduções de todos os locais onde se desenrolou a ópera ou se passou a verdadeira história ou a que Schiller romanceou.
De acordo com o comentador das 17:10. Destacaria deste "Museu Imaginário"(com vénia ao Malraux) o Tiziano da Batalha de Muhlberg e o Cardial Guevara do Greco.Este último rivaliza à vontade com o Inocêncio X do Velazquez,que o Bacon justamente difundiu e popularizou. Qualquer dos dois parecem prontos a levantarem-se dos seus cadeirais e fuzilarem-nos com a excomunhão. O Carlos V depois da vitória de Muhlberg é uma das mais notáveis obras da pintura ocidental,pois retrata uma vitória melancólica pela trágica paisagem do enquadramento,que parece anunciar os desastres que se lhe seguirão. E a tão orgulhosa quanto falsa "pose" do Imperador equestre,quando se sabe que devido às horriveis dores da sua gota foi levado de liteira para a pequena povoação que consagrou o seu último e efémero triunfo sobre a coligação protestante. Se este quadro tivesse um subtítulo bem poderia ser o do filme do Nicholas Ray em francês,"Amère Victoire".
Façamos votos,entretanto,que algum audaz produtor se lembre,como no Rigoletto e na Tosca,de fazer um D.Carlos nos locais e nas horas do libretto. Tudo pode acontecer neste mundo...
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