sexta-feira, 28 de outubro de 2011

DER "ANSCHLUSS" VON ANGELA MERKEL


Após inúmeras manobras dilatórias da Alemanha, coadjuvadas pelo potencial candidato presidencial francês Nicolas Sarkozy, realizou-se finalmente em Bruxelas a Cimeira do Euro.

Três resoluções: perdão de 50% da dívida grega, aumento do valor do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira para um milhão de euros e recapitalização dos bancos. Os pormenores constam dos noticiários.

Medidas de fundo: nenhuma. Estas decisões, arrancadas a ferro aos alemães, que mesmo assim não vão participar com mais dinheiro no FEEF (uma condição imposta pelo Bundestag a Angela Merkel) são paliativos para a crise económica e financeira europeia. Continua a existir um desfasamento absoluto entre a Europa política (que só pensa em eleições) e a Europa real (a dos cidadãos que nela nascem, vivem e morrem).

A Alemanha ambiciona a supremacia sobre a Europa, agora já não através de uma anexação militar (os tempos mudaram) mas através do poder económico. Angela Merkel tem sido o instrumento dessa política germânica e dos homens e mulheres que se sentam no Reichstag (ou Bundestag, se preferirem).

A política de fundo da União Europeia é que está errada e sem uma alteração profunda nenhumas medidas conduzirão à salvação desta União, do Zona Euro e dos cidadãos europeus.

Porque não investir de poderes, próprios de um verdadeiro banco da União, o Banco Central Europeu? Poderia ser uma forma de recuperar os desequilíbrios actualmente existentes. Têm sido aventadas por especialistas diversas outras soluções, não perfilhadas porém pelos actuais líderes, dominados por preocupações diferentes.

A globalização da economia suscitou desafios novos. Mas não há estratégias novas e pretendem aplicar-se os remédios clássicos. Não resulta.

Dentro de dias ou semanas, a situação da Grécia, que recebeu uma nova fatia de apoio mas cuja economia e sociedade se afundam quotidianamente, será idêntica. Portugal seguir-lhe-á as pisadas. A Irlanda é um caso semelhante embora os contornos sejam diferentes. A Espanha e a Itália encontram-se em situação já sobejamente conhecida. E a França, a ver vamos, para não falar de outros pequenos países que serão arrastados pela corrente.

O "Directório franco-alemão" que se instalou é uma caricatura da UE. E os outros países? Cavaleiro da triste figura, importa que Sarkozy abandone o palco quanto antes e deixe a Alemanha aparecer em todo o seu esplendor expansionista. Então, é o momento das grandes decisões.

1 comentário:

Anónimo disse...

Merkel, servidora do capital alemão, pretende ocupar economicamente e sem armas o continente europeu.