quinta-feira, 6 de outubro de 2011
ADONIS
O poeta sírio Adonis, que nasceu em Al Qassabin, perto de Lattaqiya, em 1930, era considerado, até esta manhã, um dos favoritos para ganhar o Prémio Nobel da Literatura. Galardoado com numerosas distinções ao longo da sua vida, tem sido, como muitos e grandes escritores, um eterno candidato ao prémio de Estocolmo. Consagração mundana cuja omissão em nada afecta a sua obra. Para referir apenas dois nomes que não foram nobelizados, recordo Marguerite Yourcenar e Jorge Luis Borges. Não é preciso dizer mais.
O único escritor árabe distinguido até hoje com o Nobel foi o egípcio Naguib Mahfuz (1988), um dos mais notáveis romancistas do século XX mundial.
Adonis (ou Adunis), de seu verdadeiro nome Ali Ahmad Saïd Esbar, escreveu mais de vinte livros em árabe, estando várias das suas obras traduzidas em outras línguas e figurando os seus poemas em numerosas antologias estrangeiras. É, depois de Nizar Qabbani (1923-1998), o mais notável poeta sírio.
Começando ainda jovem a trabalhar no campo, mas dotado desde muito cedo de vocação poética, estimulada pelo pai, teve, em 1947, a oportunidade de recitar um poema para o então presidente da Síria, Chukri Al Quwatli, circunstância que o levou a prosseguir os estudos, primeiro em Lattaqiya e depois na Universidade de Damasco, onde se licenciou em Filosofia em 1954. Recebeu depois uma bolsa de estudo para complementar, em Paris, a sua formação, e de 1970 a 1985 foi professor de literatura árabe na Universidade Libanesa, de Beirute.Em 1976 foi também professor convidado na Universidade de Damasco. Em 1980 emigrou para Paris, para fugir à guerra civil libanesa, passando a ensinar a língua e a literatura árabe na Sorbonne.
Em 2006, sua filha, Ninar Esbar (ou Esber, conforme as preferências da transliteração), publicou em francês um interessantíssimo livro Conversations avec Adonis, mon père, onde, ao longo de 230 páginas, entrevista o pai, o escritor e o homem.
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