Está a França agitada com o escândalo em torno da figura de Liliane Bettencourt ou, mais precisamente, em torno da fortuna de Liliane Bettencourt. Esta distinta senhora, de 87 anos, muito "vieille France", é acusada pela filha de delapidar a fortuna da família, a segunda de França e uma das maiores do mundo. De facto, Madame Liliane, que herdou de seu pai o império de cosméticos L'Oréal, tem disposto dos seus bens da forma que melhor entende, sem prejuízo da participação da filha nas acções das suas empresas. Assim, só ao fotógrafo François-Marie Banier, amigo de longa data da veneranda senhora e de seu falecido marido, as dádivas já ultrapassaram os mil milhões de euros. O pior é que entre os presumíveis beneficiários da generosidade de Madame, se encontra o presidente francês Nicolas Sarkozy, vários ministros e políticos diversos.
Pretende a filha que sua mãe não se encontra no pleno uso das suas faculdades mentais, o que é sempre possível de invocar num caso destes. Parece, contudo, que a filha, Françoise, já associada ao império L'Oréal, e casada com o neto de um rabino cujo avô terá morrido em Auschwitz, também tem comportamentos muito estranhos e singulares.
No meio de tudo isto há escutas telefónicas, mordomos espiões, contabilistas indiscretos, e toda uma legião de servidores (e de servidos) que integram um processo judicial capaz de abalar a França.
O folhetim deste processo, já com algumas semanas de discussão pública, dará certamente um romance policial e um bom filme de "suspense".
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