sexta-feira, 5 de novembro de 2010
UM ASSUNTO DE FAMÍLIA (III)
Prossegue em França a saga L'Oréal. Françoise Bettencourt Meyers, filha de Liliane Bettencourt, essa dama muito "vieille France" que é a mulher mais rica do hexágono, acusa os que se aproveitaram da fraqueza da mãe para obterem avultados proventos. E, numa mesma semana, já pediu por três vezes a interdição da velha senhora de 88 anos.
Dadas as repercussões também políticas do caso, como referimos em posts anteriores, no Eliseu consideram já a filha como responsável de um conflito sem precedentes na magistratura francesa. O perfil desta estranha filha de 57 anos, casada com o neto de um rabino morto em Auschwitz, a sua aversão a François-Marie Banier, esse fotógrafo e romancista, íntimo de Dali, Cocteau, Aragon (et j'en passe), que pretendia ser adoptado por madame Liliane, os seus comportamentos estranhos para a sociedade em que vive, catapultaram-na para as primeiras páginas dos jornais.
Hoje, é Liliane Bettencourt quem acusa a filha de "violências morais" e que ameaça "revogar algumas doações". Ela poderia desalojar a filha e o genro do conselho de administração de L'Oréal e ceder uma parte das acções a um dos netos, Jean-Victor, de 24 anos, a fim de que este sucedesse a seu pai em 2012.
No meio deste furacão encontra-se o presidente Nicolas Sarkozy e o seu ministro do Trabalho Éric Woerth, bem como juízes, procuradores, advogados e também psiquiatras e psicólogos que procuram explicar a difícil relação entre a mãe e a filha.
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