terça-feira, 2 de novembro de 2010

CARLOS AMADO


O escultor Carlos Amado, professor jubilado da Faculdade de Belas-Artes de Lisboa, faleceu ontem subitamente num hotel da Ericeira, onde comemorava o seu 74º aniversário.

Especialista em museologia, ocasionalmente cenógrafo, animador cultural em permanência, reunia Carlos Amado desde há anos no seu atelier numerosas personalidades da vida artística e literária do país, numa tertúlia a que chamou Laboratório de Cultura. Aí se realizaram sessões de poesia, de música, de dança, de projecção de filmes, mas sobretudo de convívio cultural.

Com a sua morte, extinto que foi há anos o célebre Botequim, de Natália Correia, desaparece agora o último espaço privado lisboeta de confraternização, discussão e criação cultural da cidade.

Ao registarmos o óbito de uma figura singular do universo artístico português, assinalamos também que o seu desaparecimento é mais uma contribuição para o progressivo desmoronar do antiquíssimo edifício de convivência cultural de uma Lisboa agonizante.

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