Finalmente, foi ontem aprovado o Orçamento do Estado para 2011. Contemplando as gravíssimas medidas já anunciadas e que penalizam, como é habitual, uma parte considerável da população, já que os portugueses, na sua maioria, se incluem na classe média baixa ou na classe baixa, além, é claro, dos absolutamente pobres.
A introdução destas medidas justifica-se, diz o Governo e o PSD, para evitar a intervenção do FMI. Pode perguntar-se, com propriedade, se a Irlanda, que tomou anteriormente medidas igualmente drásticas, conseguiu evitar essa intervenção? A resposta é não!
Também seria interessante saber, já que essa situação foi escamoteada à maioria dos portugueses, porque nos últimos anos Portugal atingiu uma dívida externa como a actual? Não foi o país que beneficiou dela. E, ainda que tivesse sido, deveria ter-se evitado que tal acontecesse. Dizia um velho professor de Economia Política (Costa Leite Lumbrales): "Na base finanças sãs". Nunca me esqueci e até escrevi aqui sobre isso.
O desbaratamento dos dinheiros públicos ocorrido na última década (Guterres, Barroso, Sócrates) é um exemplo de como não se pode governar um país. Mas em Portugal não se pedem contas aos governantes. Aliás, a má gestão financeira verifica-se desde 1974, quer por opções ideológicas irrealistas, quer pelo deslumbramento com os dinheiros comunitários, quer pela incompetência administrativa, quer pela corrupção que se tornou endémica entre nós.
Não é certo que as medidas agora tomadas nos salvem da intervenção das instâncias internacionais, cujos pensamentos reservados são, por isso mesmo, do conhecimento de muito poucos. Mas, mesmo sem FMI e quejandos, nada nos garante que não nos sejam exigidos novos sacrifícios daqui a mais alguns meses.
Valeu a pena a entrada na zona euro? Valeu a pena a entrada na União Europeia? VALE A PENA A PRÓPRIA UNIÃO EUROPEIA? Não sei.
1 comentário:
A União Europeia, como Saturno devorará os seus próprios filhos. Mas aproxima-se o seu fim; a Alemanha pretende uma Terceira Guerra Mundial.
Enviar um comentário