sexta-feira, 31 de julho de 2009

O RIDÍCULO MATA


Há dias, realizou-se no Largo do Teatro de S. Carlos um "espectáculo", que não vi, que segundo a comunicação social consistiu na apresentação de um Manifesto Anti-Dantas, em que o escritor e académico foi substituído pelo encenador Ricardo Pais. Acerca do ruído provocado pelo evento publiquei um comentário no blogue Portugal dos Pequeninos, em 23 deste mês, em que manifestei o meu apreço por Júlio Dantas, figura literária que a maior parte da intelligentsia nacional se habituou a apoucar, uns porque nunca o leram e nem sequer conhecem a sua obra, outros porque são estúpidos, outros por razões de natureza política, outros porque ingressaram no rebanho dos maldizentes. Como então escrevi, não me interessam os "vícios privados" ou as "públicas virtudes" de Ricardo Pais, o que não me impede de pensar que a performance deve ter constituído manifesto disparate.

Eis senão quando, abrindo o PÚBLICO de hoje, me espanto com toda uma página do caderno "ípsilon" preenchida com um "Agradecimento ao muito iglantónico Ricardo Pais", isto é, um contra-manifesto de desagravo, assinado por Francisca Carneiro Fernandes e Nuno Carinhas, enaltecendo a obra do ex-director do Teatro Nacional de São João. No mais puro estilo das manifestações de desagravo que eram comuns no Estado Novo e que foram tão acerbamente criticadas.

Pois é, se o ridículo matasse...


1 comentário:

Anónimo disse...

Pois é - o Dantas faz cá muita falta e os desagravos não eram só no tempo do Salazar,continuam hoje já é má sina. Mas que raio de anúncio o do Público, e que é que adianta ao Ricardo pais?