Amin Maalouf, escrito libanês francófono, nascido em Beirute em 25.2.1949, esteve a semana passada em Lisboa, onde proferiu uma conferência na Fundação Gulbenkian, no passado dia 8 e deu uma entrevista a Alexandra Lucas Coelho, que saiu no PÚBLICO do dia 10.
A visita de Maalouf ao nosso país ocorre no momento da publicação da edição portuguesa do seu último livro Le dérèglement du monde (2009), em que se interroga se a humanidade atingiu o seu "limiar de incompetência moral" e onde sustenta que a desregulação do mundo tem menos a ver com uma "guerra de civilizações" do que com o esgotamento simultâneo de todas as nossas civilizações, nomeadamente dos dois conjuntos culturais em causa que são o Ocidente e o Mundo Árabe.
Autor consagrado da língua francesa, Maalouf tem escrito, especialmente, ensaios e romances. Entre os primeiros, destacam-se Les Croisades vues par les Arabes (1983), Les identités meutrières (1988) e o livro a que acima se alude; dos romances, salientam-se Léon, l'Africain (1986), Le Rocher de Tanios (1993), que obteve o Prémio Goncourt, e Le Périple de Baldassare (2000). Escreveu ainda Maalouf o libreto de duas óperas da compositora finlandesa Kaija Saariaho, L'amour de loin, estreada no Festival de Salzburg (2000) e Adriana Mater, estreada na Ópera da Bastilha (2006).
Nesta sua entrevista ao PÚBLICO, Maalouf confessa estar certo de que Obama tem uma solução para o Médio Oriente e que tem um plano para a resolução do conflito israelo-palestiniano, o que, em minha opinião, é uma perspectiva demasiado optimista, pelo menos no que respeita à sua concretização. Esperemos para ver, oxalá tenha razão. Quanto à sua convicção de que já não há civilizações, de que há uma só civilização e de que os imigrantes podem ser os intermediários fundamentais, percebe-se a ideia que lhe serve de base, mas as questões de identidade, de nações e de nacionalismos, tão vivas nas últimas décadas, não parecem favorecer essa tese. Dizer que já não há estrangeiros, que «somos todos uma nação e não podemos resolver problemas se não nos virmos assim: uma nação com muitas culturas» é uma afirmação que gostaria de poder subscrever mas em que não acredito.
domingo, 12 de julho de 2009
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1 comentário:
Ola visitei seu blog e gostei muito e gostaria de convidar para acessar o meu também e conferir a postagem desta semana: Guerra Política acirra disputa entre Brasil e Argentina.
Sua visita será um grande prazer para nós.
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Atenciosamente,
Sebastião Santos.
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