quinta-feira, 28 de julho de 2011

QUAL O ESPANTO?


Segundo o jornal Público a Standard & Poor's reduziu o rating da Grécia, colocando a dívida helénica à beira do incumprimento.

Qual o espanto?

Todos sabemos que as agências de notação financeira estão ao serviço da especulação financeira internacional, nomeadamente a norte-americana, e que os seus proprietários são a banca e as seguradoras que emprestam o dinheiro aos Estados ou a particulares, determinando as taxas de juro de acordo com os seus próprios interesses. A classificação dos países ou das instituições não tem qualquer base objectiva, limitando-se tão só a servir os interesses inconfessáveis (acho que hoje já são abertamente confessáveis) dos prestamistas.

O que se verifica com a Grécia, verifica-se coma Irlanda, com Portugal, com a Itália, com a Espanha e por aí fora. O grande objectivo destas agências é proclamar todo o mundo insolvente. Não compreendo para quê? Os homens sinistros que se movimentam nos corredores da finança internacional, e que o filme Inside Job, já aqui citado, referencia com alguma precisão, vão morrer como todos os outros e não vão levar para a cova (quero crer que eles não pensem isso) o dinheiro que andam a extorquir aos pobres deste mundo. É gente que nunca deveria ter nascido e cuja presença à face do planeta constitui motivo para choro e ranger de dentes.

A grande desregulação começou nos tempos de Ronald Reagan e de Margaret Thatcher, arautos de um neoliberalismo que conduziu o mundo à situação actual. Suspeitariam eles da eficácia da mão invisível do mercado? Não creio.

Espero, e desejo, que se verifique uma correcção nos mecanismos financeiros que estão a destruir a economia mundial e a sobrevivência humana. Levará algum tempo, certamente, mas as grandes batalhas da História não se conseguem travar no imediato, especialmente com inimigos tão poderosos.

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