sábado, 30 de julho de 2011
DEZ MILHÕES DE EUROS PARA O LIXO
Noticiou ontem o jornal Diário de Notícias que as vacinas que chegaram a Portugal em 2009 para combater a pandemia da gripe A (H1N1) começam a perder a validade em Agosto próximo. O Ministério da Saúde pagou dois milhões de doses à farmacêutica GlaxoSmithKline (GSK), mas apenas setecentas mil foram utilizadas. Para as restantes, a única solução é a sua destruição, o que significa um prejuízo de 9,7 milhões de euros.
É evidente que mais vale prevenir do que remediar. Mas seria necessário um número tão elevado de doses? Houve um alarme em Portugal que levou o governo de então a uma aquisição exagerada? Houve esse alarme também nos outros países? Parece que sim. Têm os governos relações de demasiada proximidade com as indústrias farmacêuticas? O alarme mundial desencadeado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) tinha fundamento? Estará a OMS mancomunada com a indústria farmacêutica, no sentido de difundir falsos alarmes com vista ao aumento fabuloso de proventos por parte dos laboratórios internacionais? Não quero crer, já que tal promiscuidade conferiria à OMS um estatuto de organização criminosa.
Contudo, e para evitar gastos potencialmente desnecessários, mormente em períodos de "vacas magras", é conveniente averiguar, a nível internacional, o que correu mal, não pela ausência de necessidade de utilização das vacinas e pelo fraco impacto da epidemia, facto com o qual só nos devemos congratular, mas pelo dispêndio, porventura munificente, de milhões de euros, que uma previsão mais rigorosa teria podido evitar.
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