terça-feira, 9 de junho de 2009

OBAMA, ISRAEL E OS JUDEUS

Noticia o Nouvel Observateur da semana passada (Nº 2325) a criação de um novo lobby judaico nos Estados Unidos para contrariar o poderoso lobby existente, o AIPAC (American Israel Public Affairs Committee), o mais influente grupo de pressão e de interesses registado no Congresso.


Para constatar a influência do AIPAC registe-se que na sua convenção anual, realizada em Washington no princípio de Maio, estiveram presentes, além de Shimon Peres e de Benyamin Netanyahou (por vídeo), o vice-presidente dos EUA, John Biden, o anterior candidato à Presidência derrotado por Bush em 2004, John Kerry, mais de 300 senadores e representantes (democratas e republicanos) e embaixadores de 64 países. Esta extraordinária manifestação de força resultou de uma necessidade de afirmação do lobby israelita, no momento em que perde dois preciosos aliados na Casa Branca, George Bush e Dick Cheney, depois de um problema de espionagem protagonizado por um oficial americano a favor do Estado judaico e por ter sido o alvo de um livro publicado o ano passado e que se tornou num best-seller mundial, The Israel Lobby and U.S. Foreign Policy, de John Mearsheimer e Stephen Walt.


Não é o AIPAC o único grupo de pressão e de defesa de interesses estrangeiros existente nos Estados Unidos, uma vez que este tipo de organizações é considerado legal. O que impressiona é o seu poder de condicionar a política externa norte-americana a favor de Israel, com prejuízo dos seus (dos EUA) próprios interesses.


Também é por demais evidente que o AIPAC alinha com as posições mais extremista do Estado judaico e essa será, porventura, a razão do aparecimento do novo lobby, o “J Street”, que contraria a linha dura do Likud e é favorável à solução do conflito israelo-palestiniano, com a criação de dois Estados na região. É igualmente um facto que muitos judeus americanos consideram que a influência do AIPAC junto do Congresso não só se tornou perigosa para os Estados Unidos como virá a resultar definitivamente negativa para o próprio Estado de Israel.


Numa altura em que Barack Obama enuncia e anuncia um virar de página nas relações com o mundo árabe e que Netanyahou ascendeu a primeiro-ministro, tendo como ministro dos Negócios Estrangeiros uma pessoa como Avigdor Lieberman, impunha-se uma alternativa ao apoio sempre dado pelo AIPAC à linha dura israelita. Será que o “J Street” poderá consubstanciar essa alternativa? Quando alcançará força para tal? E será sincero nas suas proclamações? Só o futuro será capaz de responder a estas questões.


Tudo isto nos remete para um problema mais vasto, mais complexo, mais antigo, mais profundo. Tem o povo judaico, como “povo eleito” que se considera, a tentação de controlar os Estados, senão, pelo menos, a de controlar a economia internacional. Não é preciso citar nomes nem exemplos. Essa a razão fundamental, quiçá a única, do mal-estar criado pelos judeus na Europa Central e de Leste nos últimos dois séculos. Não aceitando a ideia de povos superiores ou inferiores (untermenschen), escolhidos ou não, seria ridículo não reconhecer a preeminência de homens como Einstein, Freud, Thomas Mann, Marx, Zweig, Kafka, Chagall, Mendelsohn, Mahler, Schoenberg, Webern, Klimt, Chomsky, Kubrick ou Spielberg (apenas para citar alguns nomes), e do seu contributo para a Humanidade. Mas a atracção especial pelo dinheiro que tem caracterizado os judeus, não todos evidentemente (V. Jacques Attali, Les Juifs, le monde et l’argent), contribuiu para a caracterização de um comportamento que Shakespeare traduziu na personagem de Shylock do célebre Mercador de Veneza. E foi em parte essa convicção, profundamente enraizada na Europa Central, que permitiu a Adolf Hitler desencadear a perseguição nazi, sustentando que toda uma classe judaica controlava os destinos da Alemanha. E porque uma elite mosaica detinha poderosos interesses na República de Weimar, pôde o Reichkanzler, apoiado ou mesmo instigado pelos seus sequazes, levar a cabo uma política que terminaria numa guerra mundial que quase destruiu a Europa.


Creio que o combate à outrance por um novo predomínio dos judeus na cena internacional, em especial na defesa de um Estado israelita que apague do terreno e da História o Povo Palestiniano estará condenado ao fracasso e que a persistência de tal atitude acabaria por se voltar, num ciclo infernal, contra o próprio Povo Judaico. Se isso acontecesse, esperemos que não, se poderia então dizer que os judeus nada tinham esquecido e nada tinham aprendido. O que, para além de trágico, constituiria um enigma para a História.



3 comentários:

Anónimo disse...

O que os judeus sempre quiseram foi dinheiro

Ahhhhhh. O resto são lérias.

Anónimo disse...

Ou,resumindo,os judeus são os responsáveis pelo clima anti-semita da Europa Central que permitiu Hitler,sendo assim os verdadeiros responsáveis pelo Holocausto,e já agora da própria II Guerra. Brilhante! Já agora,com tão notável raciocínio,podia-nos fundamentar melhor como é que eles andam a controlar os Estados(alem dos E.U.A.,claro já vergados) e a economia internacional? Ou não vale a pena, porque já está tudo explicado nos Protocolos e no Mein Kampf? Espero que os responsáveis políticos do Médio Oriente e afins tenham outras ideias nas cabeças. Vamos esperando, inch'Allah!

Vitor Santos disse...

Os Judeus não QUEREM dinheiro. Porque era um povo culto, que na Idade Média sabia ler, até pela necessidade de cumprir as regras da religião Judaica que obriga à leitura dos livros Sagrados. Nessa época poucos, e nem os nobres, sabiam ler. Apenas o Clero. Foram por essa razão, incubidos pela realeza da cobrança dos Impostos. Eles próprios os pagavam, e mais que ninguém. Depois, ao longo dos tempos foram forçados a ter de guardar dinheiro para poderem, muitas vezes, comprar a Liberdade e até a própria Vida. Não podem ser considerados agiotas. Foram, a isso forçados pela necessidade de se protegerem. São bons negociantes, sim, é certo. Negoceiam grandes valores, lembremos Rothshild e outros poderosos do Mundo empresarial. São um povo evoluído? Lembremo-nos de Einstein para o comprovar, mas há muito mais Cientistas Judeus. Portanto acho errado que se lhes ponha o labéu de "serem ávidos por dinheiro". A História criou-lhes a fama pelas funções que tinham nas cortes Europeias e a História a isso os obrigou.