quinta-feira, 18 de junho de 2009
ELEIÇÕES NO IRÃO III
Complica-se a situação na República Iraniana, em consequência da contestação dos resultados das eleições que deram a vitória à primeira volta a Mahmud Ahmadinejad.
As manifestações dos últimos dias, não só em Teerão mas nas principais cidades iranianas, já averbaram muitos feridos e alguns mortos, além de inúmeras prisões. Mas não é só o resultado das eleições que está em causa, é principalmente o regime islâmico, inicialmente bem recebido após o derrube do Xá, mas que, com os anos, se tornou economicamente ineficaz e socialmente indesejável, sobretudo pela população mais jovem, como já escrevi neste blogue.
Também não é só a contestação de Ahamadinejad que leva os iranianos a cerrar fileiras em volta do principal candidato derrotado Mir Hussein Musavi, é também, e especialmente, a contestação do Guia Supremo, o Ayatollah Ali Khamenei.
Segundo informações recentes, o Hojatoleslam Ali Akbar Hashemi Rafsanjani, que preside à Assembleia de Peritos (a quem compete a eleição e eventualmente a demissão do Guia) e ao Conselho de Discernimento, e que exerceu as funções de presidente da República de 1989 a 1997, estaria por detrás do apoio a Musavi e terá a pretensão de ascender ao cargo de Guia Supremo.
Aguarda-se, por isso, com expectativa, o que dirá Ali Khamenei no seu sermão de amanhã. sexta-feira. O mês de Junho tem sido pródigo em discursos considerados fundamentais para a política dos próximos tempos, como o de Obama, no Cairo, e o de Netanyahu, em Telavive.
Em qualquer caso, alguma coisa mudou no Irão, e o país, herdeiro da brilhante civilização persa, não voltará a ser o mesmo dos últimos trinta anos.
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