terça-feira, 23 de agosto de 2011
UMA PRECIPITAÇÃO AMERICANA
Como se aguardava, o Supremo Tribunal de Justiça do Estado de Nova-Iorque retirou hoje, a pedido do procurador Cyrus Vance, as acusações de abuso sexual que pendiam sobre Dominique Strauss-Kahn.
Como referimos em vários posts, desde o início do caso, todo este processo configurou uma história muito mal contada. Permanece, todavia, uma dúvida: a quem aproveitou o escândalo? Talvez nunca venha a saber-se.
A polícia e a justiça norte-americanas não saem prestigiadas deste caso. Agiram precipitadamente por razões que ainda não se descortinam.
Houve, de facto, uma conspiração contra DSK? Sabê-lo seria salutar.
Apareceram, entretanto, várias mulheres (e não sei porque não alguns homens) a afirmarem terem sido vítimas de violação ou tentativa de violação por parte do político francês, em alguns casos muitos anos atrás. Entre elas, uma jornalista e pseudo-escritora cujo nome não me ocorre. Declaram que não apresentaram então queixa atendendo ao poder da personalidade em causa. E aproveitaram agora a boleia da empregada do Sofitel (cadeia de hoteis sobre a qual pairarão de hoje em diante as maiores dúvidas) para se lamentarem do que lhes aconteceu ou, ao contrário do que esperavam, não lhes chegou a acontecer.
Pelo meio, fica, provavelmente, removida a candidatura às eleições presidenciais francesas mais temida por Nicolas Sarkozy.
Afinal, um conto pouco exemplar.
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2 comentários:
A Justiça americana agiu como deveria,perante uma queixa e aparentes indícios graves. Depois de analisar cuidadosa e rapidamente o caso e os seus contornos,decidiu,e foi a própria acusação a fazê-lo,arquivá-lo.
Julga o Autor do blogue que isto jamais seria possivel em Portugal? Se houve precipitação,o que é discutivel,houve a capacidade para ràpidamente corrigir o tiro. Chapeau.
De facto, poderiam ter aparecido também alguns homens para tornar o episódio mais picante.
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