domingo, 7 de agosto de 2011

NOVAS MANIFESTAÇÕES EM ISRAEL


Mais de 300.000 pessoas marcharam ontem à noite nas ruas de Telavive, numa das maiores manifestações anti-governamentais da história do país, repetindo, agora em maiores proporções, a manifestação da semana passada. Verificaram-se igualmente movimentos de contestação em outras cidades do país. Os israelitas protestam contra o aumento incessante do custo de vida e pedem a instauração de uma verdadeira democracia no país.

Segundo escrevemos aqui, parece haver um contágio em Israel dos movimentos que, no Médio Oriente árabe contestam os regimes instalados e exigem melhores condições de vida. Aliás, não deverá esquecer-se que os árabes constituem já quase 25% da população israelita.


O governo de Netanyahu prometeu estabelecer o diálogo com os manifestantes e nomeou uma comissão, presidida pelo professor Manuel Trajtenberg, que chefia o Conselho Económico Nacional, para estudar medidas e propor soluções. Sendo um fervoroso partidário do neo-liberalismo, o primeiro-ministro não pode, contudo,  ignorar as reivindicações de maior justiça social que se estão a estender a todo o país.

Como em toda a parte, uma das maiores vítimas da política do liberalismo económico desenfreado tem sido a classe média. Os manifestantes, na maioria laicos, pedem alojamentos a baixos preços, aumento do salário mínimo, taxas sobre as casas desocupadas, ensino gratuito e acesso aos cuidados de saúde.

As sondagens, se forem dignas de crédito, apontam uma forte descida da popularidade de Netanyahu e um crescente apoio aos manifestantes.

Refira-se que Israel (a exemplo do Reino Unido, estas coisas contagiam-se) não possui uma Constituição escrita mas onze leis básicas que gozam do estatuto de diplomas constitucionais. Essas leis referem-se especialmente à estrutura do Estado e aos direitos fundamentais. Existe uma comissão para redigir um texto constitucional oficial, mas essa tarefa nunca foi concluída, até porque a questão do território e das fronteiras se transformou num impedimento para a conclusão de tal desígnio.

1 comentário:

Tripalio disse...

é importante esta luta em israel, pois este governo fascista tem de ser contrariado também por dentro