domingo, 7 de agosto de 2011

DISTÚRBIOS EM LONDRES


Verificaram-se esta madrugada violentos distúrbios em Londres, na zona de Tottenham, a norte da cidade. Como informa o jornal Guardian, dos confrontos resultaram mais de 30 feridos e meia centena de detidos, segundo as primeiras informações. Os habitantes locais descrevem a área como assemelhando-se a um verdadeiro campo de batalha.


Alguns edifícios que haviam resistido aos bombardeamentos da Segunda Guerra Mundial foram destruídos e incendiados. Foram saqueadas muitas lojas e roubadas várias habitações, sendo vandalizados automóveis particulares e da polícia e diversos autocarros.


Os incidentes terão começado na sequência de uma manifestação de protesto pela morte, na quinta-feira, de  um cidadão de 29 anos, pai de quatro crianças. A vítima, que era pessoas muito estimada na comunidade, foi alvejada dentro de um táxi, ao que parece por engano, na sequência de uma troca de tiros. A sua morte exaltou os ânimos, e a manifestação frente à esquadra da polícia degenerou numa batalha campal.



A população inglesa, tal como nos outros países, anda exaltada com as medidas de austeridade impostas pelo governo, enquanto milhares de pessoas continuam a usufruir de uma vida faustosa. Também não se compreende bem, ou melhor, começa a compreender-se que esta crise poderá não passar de uma encenação a nível mundial para a concretização de outros desígnios ainda não suficientemente claros e identificados.

Segundo a polícia britânica, os incidentes desta madrugada obedeceram, também eles, a um plano, ou contra-plano, de protesto violento relativamente ao progressivo abaixamento do nível de vida e ao corte dos benefícios do chamado estado-social, iniciado na era de Margaret Thatcher e que teve um zeloso continuador na figura de Tony Blair. Os actuais comparsas são figuras menores da cena inglesa e, estou certo, Shakespeare rejeitá-los-ia nos seus teatros.

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