terça-feira, 20 de janeiro de 2009

GLORIA IN EXCELSIS OBAMA

Em apoteótico espectáculo global, Barack Obama foi entronizado como 44º presidente dos EUA. O povo americano e o Mundo esperam de Obama tudo. Ilusão fugaz, porque tão elevadas expectativas cedo se converterão em real desilusão.

Obama não quer (nem pode) alterar substancialmente a política interna ou a política externa norte-americana. Será controlado pelos poderosos lobbies existentes, nomeadamente o lobby judaico que, desde há décadas, exerce o seu diktat sobre qualquer decisão que possa afectar o Estado de Israel.

Há um problema para cuja resolução, devido à omissão da Europa, só os Estados Unidos poderão contribuir: o conflito israelo-palestiniano. E da resolução deste conflito depende, em larga medida, a Paz no mundo. É claro que existem muitos outros problemas para Obama, nacionais e internacionais, mas enquanto permanecer o problema da Palestina, nada realmente mudará.

Alguns anos atrás, Fukuyama anunciou "o fim da história", tese de que viria a arrepender-se porque os acontecimentos encarregaram-se de desmentir as suas profecias. Seriam previsões ou desejos? E porque escreveu Huntington O Choque das Civilizações? Convicção intelectual ou trabalho encomendado? Talvez o futuro revele as verdadeiras intenções.

A América é um grande país, capaz do melhor e do pior, a maior parte das vezes, do pior. Resolveu, ao longo de dois séculos, alguns dos seus problemas internos, como a discriminação racial e a escravatura. Mas há ainda uma matriz WASP (white anglo-saxon protestant) que prevalece e a força dos pregadores evangélicos que infectam o país com as suas prédicas. Será que os afros e os hispânicos que não foram contaminados pela cultura dominante (e muitos já o foram) conseguirão corrigir a trajectória? Na verdade, a escravatura legal foi substituída por uma nova forma de escravatura (do capital) e o fim da discriminação racial, apesar de um presidente semi-negro, é uma miragem.

Que Obama possa controlar alguns dos demónios que Bush soltou e já não será mau de todo. Mais do que isso, é pedir como o Calígula, de Camus, a Lua.

Felicidades, Presidente Obama!

1 comentário:

Anónimo disse...

Mas então,se está tudo controlado pelo "lobby" judaico (que falta lá faz um himmlerzito) como é que os E.U.A. podem contribuir para a solução do problema palestino? Como na América não há outras vozes senão as dos ferozes sionistas,como se verifica pela leitura da imprensa,das revistas,e escutando as Universidades,nada a fazer. O Obama,nesta brilhante óptica,vai dar mais armas a Israel,e porque não encorajá-los a usar meios biológicos,quimicos,etc,para a exterminação dos palestinos. Nem sei porque não fizeram isso já. Nesta visão subtil das coisas é mesmo assim:é o lobby judaico sempre a andar. Felizmente o mundo e as pessoas são mais complexos que os "clichés" simplistas,e talvez o jovem afro,mais a sua equipe pragmática(esperemos) consiga alguma coisa e os fanáticos das grutas não estraguem as boas intenções.