segunda-feira, 12 de maio de 2014
LAMPEDUSA, OUTRA VEZ
Segundo o jornal "i", uma embarcação com 400 imigrantes ilegais a bordo naufragou hoje a sul da ilha de Lampedusa, provocando um número ainda indeterminado de mortos; apenas cerca de 200 pessoas foram até ao momento resgatadas.
Já referimos várias vezes as tragédias que ocorrem no Mediterrâneo com norte-africanos que procuram atingir a Europa. O próprio papa Francisco se deslocou o ano passado a Lampedusa, a fim de "chorar os mortos" que ninguém chora, como referimos aqui.
Também na semana anterior, segundo o mesmo jornal, naufragou outro barco com imigrantes ilegais, ao largo da costa de Al Garabuli, a 50 quilómetros a leste de Tripoli. Dos 130 passageiros, foram resgatadas com vida 52 pessoas.
O fenómeno migratório iniciado há mais de uma década, registou um substancial incremento com as revoluções da "Primavera Árabe", ainda que muitos daqueles que pretendem atingir o Velho Continente sejam de origem sub-sahariana.
A União Europeia tem sido pródiga em promessas de ajuda, mas a realidade é trágica. Os damnés de la terre, na expressão de Frantz Fanon, não desistem de alcançar a "Terra Prometida", hoje decadente mas ainda assim melhor que os seus países. Como escreveu uma vez Umberto Eco, não haverá fronteiras que consigam impedir este afluxo migratório; nem se percebe porque se obstina a União Europeia, que passa a vida a preocupar-se com o decréscimo demográfico, em não permitir a entrada dessa gente no território comunitário. Assim como assim, mais valia uma entrada controlada que uma futura invasão em massa. E quanto às identidades nacionais, sempre elas se foram moldando às circunstâncias ao longo dos séculos, como a História aliás ensina.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Em Milão, durante os tempos do Império Romano, havia mongóis e eslavos. Os fenómenos migratórios não são de agora e a arqueologia confirma-o.
Enviar um comentário