domingo, 13 de abril de 2014

ELEIÇÕES NA GUINÉ-BISSAU




Tiveram hoje lugar as eleições presidenciais e legislativas na Guiné-Bissau. Enquanto se aguardam os resultados deste acto cívico, os guineenses esperam que este escrutínio ponha fim à instabilidade que se verifica no país desde há muito tempo.

A propósito da Guiné-Bissau, importa realçar a importância do livro apresentado no passado dia 9 deste mês, na Sociedade Histórica da Independência de Portugal, intitulado Da Guiné Portuguesa à Guiné-Bissau, da autoria de Francisco Henriques da Silva, que foi embaixador de Portugal na Guiné-Bissau (entre muitos outros países) e de Mário Beja Santos, professor e especialista da política dos consumidores. Os dois ligados por uma grane paixão à Guiné, onde ambos prestaram, entre 1968 e 1970, o serviço militar obrigatório.

Trata-se do primeiro grande livro sobre a presença dos portugueses na Guiné, a guerra de libertação e o percurso acidentado do país, após a independência. Ao longo de mais de 500 páginas, estabelecem os autores um "Roteiro" de datas, personagens, acontecimentos, tudo apoiado por numerosas sugestões de leituras e amplas referências bibliográficas, com um destaque especial para a figura de Amílcar  Cabral e uma chamada para a literatura da Guiné-Bissau, para a literatura portuguesa da guerra colonial da Guiné e para a política de cooperação entre Portugal e a Guiné-Bissau. Uma obra indispensável para quem se interesse pelo tema, sejam estudiosos ou simples curiosos, e que vem colmatar uma lacuna evidente.

Os mapas exibidos na capa e contra-capa são respectivamente a Carta da Guiné Portugueza - 1902 e a Carta Hydrographica da Guiné Portugueza - Desde os 11º até os 13º de Latitude Norte, e desde Cabo Roxo até o Meridiano de Geba no sertão (1844), dois valiosos mapas do acervo da Sociedade de Geografia de Lisboa.
 

3 comentários:

Anónimo disse...

Caro Júlio: certamente que se Amílcar Cabral mão tivesse sido assassinado e o seu projecto de União de Cabo Verde com a Guiné Bissau se tivesse concretizado, a situação não seria a mesma na martirizada ex-colónia.
José Amador

Blogue de Júlio de Magalhães disse...

Certamente Zé. Mas havia uma outra solução, que aliás chegou a ser encarada, mas que não prevaleceu, que era considerar Cabo Verde território metropolitano, como os Açores e a Madeira. Era desejada por muitos caboverdeanos, e o próprio Aristides Pereira, já a viver em Portugal, achou que teria sido muito melhor para o arquipélago. Mas agora "è tardì"!

Anónimo disse...

Já comprei o livro que vou ler atentamente, apesar de muito volumoso. Penso que também servirá para consulta.