quinta-feira, 5 de maio de 2011

A RECONCILIAÇÃO PALESTINIANA (II)



Realizou-se, ontem, dia 4, no Cairo, a cerimónia de ratificação do acordo, assinado no dia anterior, que põe termo à divisão entre o Fatah, movimento palestiniano que governa a Cisjordânia e o Hamas, movimento palestiniano que controla a Faixa de Gaza.

Assinaram o acordo os representantes de 13 dos movimentos da resistência palestiniana, nomeadamente, além do Fatah e do Hamas, a Jihad Islâmica, a Frente Popular de Libertação da Palestina (FPLP), a Frente Democrática de Libertação da Palestina (FDLP) e o Partido do Povo Palestiniano.

No final da cerimónia de ratificação, usaram da palavra o presidente da Autoridade Palestiniana e do Fatah, Mahmud Abbas e o líder do Hamas (residente em Damasco), Khalid Meschal. Abbas declarou que os palestinianos “tinham virado para sempre a página negra da divisão”. Meschal afirmou que “a única luta era contra Israel e que os quatro anos de desavenças (com o Fatah) ficavam para trás”, acrescentando que “o único objectivo (do Hamas) era o estabelecimento de um Estado livre e soberano na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, com a capital em Jerusalém, sem colonatos, sem o abandono de uma polegada de terra e sem a desistência do direito de regresso dos refugiados palestinianos”.  

O protocolo do acordo, concluído na passada 4ª feira, dia 27 de Abril, também no Cairo, prevê a constituição de um governo palestiniano provisório composto por independentes e encarregado de preparar, no prazo de um ano, as próximas eleições legislativas e presidenciais

Assistiram à cerimónia de ontem, que teve lugar na sede dos serviços secretos egípcios, representantes das Nações Unidas, da União Europeia e da Liga Árabe.

O antigo presidente norte-americano Jimmy Carter pediu o apoio dos Estados Unidos e da comunidade internacional para a implementação deste acordo, que ajudará à democratização da Palestina e contribuirá para o estabelecimento de um Estado palestiniano unificado na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou que o acordo entre o Hamas (que pede a destruição de Israel) e o Fatah “só pode causar preocupação aos israelitas, e a todos os que no mundo inteiro aspiram a que se chegue à paz com os palestinianos”, instando Abbas a renunciar ao acordo de reconciliação com o Hamas e escolher a paz com Israel.

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