domingo, 23 de fevereiro de 2020
REGRESSANDO A EDMUND WHITE
Comprei La Bibliothèque qui Brûle, de Edmund White, na antiga Livraria Arco-Íris, no velho Centro Comercial Apolo 70, em 1997, ano da sua publicação. O original havia sido publicado em 1994, com o título The Burning Library.
Edmund White é um dos grandes escritores norte-americanos ainda vivos (n. 1940), romancista, ensaísta, memorialista, biógrafo, autor de vasta obra, incidindo especialmente sobre temas gays. Dos seus livros de ficção, distinguem-se Nocturnes for the King of Naples (1978) e a célebre trilogia autobiográfica constituída por A Boy's Own Story (1982), The Beautiful Room is Empty (1988) e The Farewell Symphony (1997). As suas biografias são dedicadas a Genet (1993), ainda hoje a biografia de referência, a Proust (1998) e a Rimbaud (2008).
Em La Bibliothèque qui Brûle, White reúne textos diversos, publicados nos anos 70, 80 e 90, nomeadamente sobre a cena gay e sobre a vida e obra de outros escritores, alguns dos quais entrevista pessoalmente. Salientam-se Truman Capote, William Burroughs, Nabokov, Danilo Kiš, Juan Goytisolo, Genet, Hervé Guibert.
Algumas das reflexões do autor, constantes destes textos, encontram-se hoje um pouco desactualizadas, já que sobre elas passaram 30, 40 ou 50 anos, mas é inegável o seu interesse e a perspicácia com que White observa a realidade que o cerca. Outras há que continuam a constituir um retrato, ora irónico, ora cruel, da sociedade humana.
Deve assinalar-se uma notável entrevista que White concedeu em 1988 à "Paris Review" e os textos consagrados a Goytisolo e a Un captif amoreux, de Genet.
Edmund White é o sobrevivente de uma longa lista de autores famosos que marcaram a literatura norte-americana e mundial.
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