quinta-feira, 31 de julho de 2014
JEAN JAURÈS
Completam-se hoje 100 anos sobre o assassinato de Jean Jaurès, no Café du Croissant, em Paris.
Filósofo e jornalista, deputado e tribuno, Jaurès é hoje um ícone da República. Está de tal forma inscrito no património nacional francês que o seu nome figura em ruas, praças ou edifícios públicos em mais de 3.000 comunas, a par de Pasteur e Victor Hugo e logo atrás do general De Gaulle. Mesmo fora do Hexágono, ele está presente em outros países. Recordo-o sempre, quando passo, em Tunis, na Avenue Jean Jaurès, a caminho do meu hotel habitual, na Avenue de Paris.
Não cabe aqui traçar a biografia do homem eminente, republicano e socialista, humanista e pacifista, patriota e internacionalista, mas registe-se que se deve especialmente a Jaurès a criação da SFIO (Section Française de l'Internationale Socialiste) em 1905, que é antepassada do Partido Socialista Francês, fundado em 1969.
Nos anos tumultuosos do princípio do século passado, Jaurès (n. 1859) foi uma voz poderosa em defesa dos fracos e na luta pela justiça. Personalidade polémica que, como convém, suscitou paixões e ódios, foi, na definição do historiador Michel Winock «un réformiste de "l'évolution révolutionnaire"».
Paladino da paz, esforçou-se tenazmente para que a diplomacia resolvesse os problemas com que a Europa se debatia nesse mês de Julho de há cem anos. Acabaria por morrer às balas de um jovem nacionalista francês alucinado, Raoul Villain, partidário da guerra com a Alemanha. No dia seguinte, começava a mobilização do país para a Segunda Guerra Mundial.
Repousa, desde 1924, no Panthéon de Paris.
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