sábado, 23 de fevereiro de 2013

Filho DE puta ou filho DA puta?



Depois da polémica decorrente da parcial aplicação do (Des)acordo Ortográfico, o presidente da República, agora interessado em problemas filológicos, suscitou à Assembleia da República uma questão que se lhe afigura (a ele, presidente) muito pertinente: o diploma publicado há mais de sete anos sobre a re-eligibilidade dos autarcas, e onde se lê "presidente de câmara, ou de junta de freguesia", foi inicialmente aprovado no Parlamento na versão "presidente da câmara, ou da junta de freguesia".

No espírito do legislador só poderia estar (SÓ) a intenção de evitar que os mesmos autarcas permanecessem no poder mais de três mandatos consecutivos, mas as candidaturas de Seara a Lisboa e de Meneses ao Porto, impedidas pela lei em vigor, levam Belém a colocar a questão, não sei se para clarificar, se para produzir uma nova lei que permita a eternização dos dinossauros do poder local.

A Imprensa Nacional-Casa da Moeda já justificou a correcção da preposição na Lei, invocando as regras ortográficas vigentes naquela instituição. Vários juristas argumentam que é irrelevante qualquer modificação porque o espírito da lei (e foi para isso que ela foi elaborada) é precisamente a limitação de mandatos.

Contudo, nesta matéria, e voltando às acrobacias do (Des)acordo Ortográfico, a dúvida invocada por Cavaco Silva suscita a maior perplexidade nos portugueses. Quando quiserem classificar algum dos ilustres membros da Nomenklatura que nos governa, deverão dizer filho DE puta ou filho DA puta?

3 comentários:

observador disse...

Ao que me dizem, nos Açores dizem "filhos de Puuuta" ....

Anónimo disse...

Em boa verdade, e para classificar os nossos governantes, banqueiros e quejandos, a adjectivação é correcta, seja com "da" ou com "de".

Anónimo disse...

Com "de" ou "da" são sempre filhos da mesma.