sábado, 28 de novembro de 2009
UMA V INTERNACIONAL ?
Segundo as notícias da semana passada, partidos de esquerda de 45 países, reunidos em Caracas, até Abril do próximo ano, pretendem constituir uma nova associação internacional que reúna os partidos socialistas a nível mundial. Presume-se que os proponentes se queiram referir ao que entendem por verdadeiros partidos socialistas. Ignoro quais os partidos representados nesse conclave mas julgo que não inclua os partidos que, reclamando-se do socialismo, ainda hoje integram, melhor ou pior, as internacionais que subsistem. Aguardemos, então, para ver os resultados dessa reunião. Depois de Marx, de Engels, de Lenine, de Trotsky, é a vez de Chávez.
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4 comentários:
Neste mundo de compromissos escondidos se calhar o Chavez até tem razaõ, é preciso é uma grande limpeza e acabar com os socialismos falsos.
Essa Internacional pràticamente já existe,falta só de facto formalizá-la. Alem do Grande Democrata e socialista bolivariano Chavez,incluirá os seus amigos Ahmadinejad,irmãos Castros,Correas vários da América Latina,sem esquecer o Kim-il-Jong desse farol "socialista" que é a Coreia do Norte.Os Chavistas,como o erudito autor do blog,têm-se esquecido não sei porquê de incluir entre estas esperançosas figuras para o progresso da Humanidade,o ou os dirigentes da antiga Birmânia,hoje Myanmar,tambem grande exemplo do renovado Socialismo. Falta tambem a Guiné Equatorial para compor e diversificar o ramalhete. Há assim sem dúvida,com tão dignos personagens,que avançar para a nova Internacional,cujos dois primeiros artigos constitutivos serão certamente: 1) Anulação radical duma tal Declaração Universal dos Direitos Humanos,que só corresponde a ideias caducas de alguns capitalistas ocidentais. As novas ideias-força serão : a) Viva a autoridade ilimitada e militar,e b) Abaixo com essas liberdades destrutivas do tecido social homogéneo. 2)Anulação radical da fonte dessaa ideias subversivas de liberdades e democracias,ou seja uns tais Estados Unidos da América,que têm propalado tais enganos e não nos deixam calmamente enforcar os nossos opositores políticos e religiosos. Avançar pois com a nova Internacional,cujo triunfo espero já cá não estar para ver...
PARA O ANÓNIMO DAS 13:37:
O erudito autor do Comentário mais uma vez não resiste a classificar-me: hoje chama-se Chavista. Devo dizer-lhe que não sou redutível a fórmulas, sou um pouco mais complexo.
Quando publiquei o post sobre a reunião de Caracas que se propõe, parece, criar uma nova Internacional, fi-lo porque achei que a notícia tem algum relevo no panorama internacional, independentemente de concordar ou não com os pressupostos.
Não sendo Chavista, não ignoro contudo que Hugo Chávez foi democraticamente eleito e que tem promovido uma política social em muitos aspectos digna de admiração.
Quanto aos Estados Unidos, que o comentarista tanto aprecia pelos seus valores democráticos, foi o país que tentou um golpe de Estado contra o governo de Chávez, cuja política externa não lhe agradava, golpe que foi mal sucedido, graças ao apoio com que Chávez contou por parte da população. Mas talvez seja a tentação americana de intervir na América Latina, tão bem documentada em numerosas intervenções, de que se destaca o golpe militar no Chile.
Depois o comentarista faz, como de costume, uma espécie de amálgama juntando sistematicamente a Venezuela, o Irão, a Coreia do Norte, a ex-Birmânia e agora até a Guiné Equatorial. Não sei porque não citou o Brasil que apoia claramente Chávez. Julgo que para lá de entendimentos circunstanciais estes países defendem os seus próprios interesses e são perfeitamente distintos uns dos outros.
Quanto aos artigos que deverão constar da Constituição da nova Internacional, sugiro-lhe que mande a sua proposta para Caracas.
Pois o Pessoa bem razão tinha quando lamentava nos portugueses a ausência do espírito de ironia de que dava como característico exemplo a "Modest Proposal" do Swift,em que este sugere como solução para as dramáticas fomes que ocorriam na Irlanda,que os irlandeses comessem os próprios filhos. Era evidentemente impossível escrever algo de semelhante em Portugal,onde nunca ninguem percebeu sequer a "Alice".
A translacção para o absurdo,como forma de crítica ou remoque, é algo que nos é estranho,e mesmo desagradável. Somos assim,paciência,talvez por causa da melancolia galaica que nos trespassou,ou qualquer outra razão.
O meu comentário era evidentemente um exercício de ironia num sentido swiftiano de misturar coisas sérias com os absurdos delas resultantes. Não conheço òbviamente as autênticas ideias políticas ou outras do autor a não ser pelo que escreve no Blog,não sei se é chavista ou robesperriano. Mas como sou adepto de um conjunto de valores em perda nas potências emergentes na cena internacional,valores que sumàriamente se podem indicar como os do Liberalismo político e social,com raízes nalguma França,Inglaterra e Estados Unidos,defendo-os de vários modos,até pela caricatura.
Quando e se esses valores desaparecerem definitivamente, já não haverá lugar à ironia nem a muitas outras coisas de que hoje dispomos sem talvez as apreciarmos. Mas não insisto. Infelizmente o futuro parece ser vosso.
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