quinta-feira, 13 de setembro de 2012

O ATAQUE DE BENGHAZI



O ataque de ontem ao consulado americano em Benghazi (na Líbia), em que morreu o próprio embaixador que ali se encontrava de visita (no lugar errado à hora errada), o assalto à embaixada americana no Cairo, onde os salafistas arrearam a bandeira dos EUA e a substituíram pela da Al-Qaeda, a progressão do conflito na Síria, a islamização da Tunísia, os misteriosos incêndios em duas fábricas no Paquistão (em Karachi e em Lahore) que provocaram mais de 300 mortos, o atentado em Mogadishu contra o presidente da Somália, constituem iniludíveis factos da deterioração da situação no mundo árabo-islâmico.

A pouco e pouco tudo se desmorona. Após algumas décadas de relativa estabilidade (naturalmente perturbada pelo interminável conflito israelo-palestiniano e pelos confrontos no Líbano), o mundo árabe e o mundo islâmico em geral entraram em progressiva turbulência. Depois do ataque ao Afeganistão e sobretudo depois da malfadada invasão do Iraque não mais houve paz na região. A ilusão, tão acarinhada, da Primavera Árabe converteu-se num pesadelo de que o Ocidente não despertará tão cedo e do qual os próprios árabes serão os primeiros a arrepender-se.

A crise que actualmente se vive tem raízes profundas que não foram devidamente avaliadas em tempo oportuno. Talvez nem pudesse ter sido evitada, face à globalização planetária, mas também nada se tentou, muito pelo contrário. Agora, é tarde.

1 comentário:

Anónimo disse...

Radicalização à vista da parte de todos os envolvidos. Mais um acha para atear as fogueira dos republicanos nos USA e por outra parte a dos árabes ou povos de religião islâmica. Tudo se conjuga para um "fogo de artifício estratosférico" como rezam os antigos escritos. Desta vez será mesmo para valer e, também será certamente a última apoteose dos humanos. Na realidade, não existe nada pior ao cimo do planeta que esta espécie doente e podre. Está na hora de acabar!
Marquis